Nunca é tarde para recomeçar


Por em 14 de maio de 2013



Voltar aos bancos escolares após décadas longe dos estudos é sempre um grande desafio. Os cursos são diferentes, as ferramentas e a didática são outras e, claro, o próprio estudante tem de se readaptar às novas realidades dentro de uma sala de aula. Entretanto, a recompensa é gratificante. Uma nova faculdade ou uma especialização agrega valor ao profissional e, superada todas as dificuldades, ao final do curso, vê-se que vale, e muito, a pena voltar a estudar, mesmo que depois de muitos anos.

A técnica em Enfermagem Dulce Maria Santos, de 48 anos, é um exemplo para quem ainda se pergunta se não passou da hora de investir no conhecimento e na valorização profissional. Depois de quase 15 anos fora das salas de aula ela está cursando Direito na Universidade Estadual do Maranhão – Uema e garante que fez a melhor escolha. “Sou apaixonada pelo Direito e tem sido um grande prazer para mim. Pensei que seria difícil me readaptar, que seria estafante estudar e trabalhar ao mesmo tempo, porque venho para a aula de um plantão longo no hospital, mas a satisfação de voltar a estudar e abrir os horizontes superou todas as dificuldades. E o prazer maior é saber que a minha filha me incentivou muito”, afirma ela.

O interessante dessa história é que o incentivo para voltar a estudar veio da filha Kelda Sofia, de 18 anos e que também faz Direito na Uema. “Foi só uma questão de conversa dentro de casa. Sempre tivemos um bom diálogo. E o que eu mais gostava era de chegar em casa e contar para a minha mãe o que tinha aprendido na escola. E quando terminei a escola estudamos juntas para o ENEM, o vestibular da UEMA. Ela já queria fazer Direito, já fazia vestibular a bastante tempo. E eu nunca deixei ela desistir. E ela passou primeiro que eu, pois estou no primeiro período e ela no segundo. Nós já estudávamos juntas agora, melhorou muito, porque falamos a mesma língua: a jurídica”, conta Kelda.

Para Dulce Maria o momento é de muita alegria: “Hoje lá estou eu, com 48 anos, no meio de uma juventude de 18, 20 a 23 anos. A mãe de todos. E o melhor: fazendo o curso que sempre quis e junto com a minha filha que amo de paixão. Sou realmente uma mulher abençoada”.

O que ela diz para todos aqueles que acham que já passaram da idade para voltar aos bancos escolares? “Não existe idade pra voltar a estudar. Recomendo a todos: não passem vontade, se sentirem que será bom, voltem a estudar. Não tem segredo, basta se manter informado, sempre atualizado, lendo jornais, revistas, sites, assistindo telejornais. Isso tudo cai em provas. Então, a busca pelo conhecimento não tem limites e, muito menos, idade. Muitos me perguntavam o que eu, ainda, ia fazer numa universidade. E eu respondo: Vou fazer a diferença”, finaliza.

 

E aqui encerramos com parte desse poema de Carlos Drummond de Andrade:

 

“Não importa onde você parou… em que momento da vida você cansou…

O que importa é que sempre é possível e necessário “recomeçar”.

Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo… é renovar as esperanças na vida e o mais importante…acreditar em você de novo”



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