Cessin promove seminário sobre questões ambientais no Vale do Pindaré


Por em 7 de junho de 2013



Professores, alunos, representantes do poder público municipal, do Ministério Público e da sociedade civil, da cidade de Santa Inês, celebraram a passagem do dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, com um debate sobre as questões ambientais no Vale do Pindaré, realizado no auditório do Centro de Estudos Superiores de Santa Inês (Cessin), da Universidade Estadual do Maranhão (Uema).

A programação teve início no período da manhã, com uma atividade lúdica na Escola Edmilson Gonçalves, com a participação do grupo Mensageiros da Alegria, do curso de Enfermagem, oportunidade em que, por meio de peças teatrais e músicas, os alunos tomaram consciência do Dia Mundial do Meio Ambiente. Em seguida, os alunos dos cursos de Pedagogia e de Biologia, do Programa Darcy Ribeiro, fizeram uma demonstração de como construir a horta ecológica, já montada na escola pelo Projeto Pibex (Uema).

 

O II Seminário de Políticas Ambientais no Vale do Pindaré contou com duas mesas redondas. Uma delas foi a mesa “Política Nacional de Resíduos Sólidos e desenvolvimento sócio ambiental: estratégias municipais”, ministrada pelo representante da Aldeia Januária, Terra Indígena Pindaré, Sr. José Carlos Guajajara, que destacou, entre os problemas ambientais mais enfrentados pelo povo indígena da região, que reúne cerca de 900 indígenas em sete aldeias, o lixo urbano que adentra as aldeias e se estende até os rios. “A questão ambiental é muito importante para os indígenas. Estamos vendo algumas questões, como a do lixo. Eles saem das aldeias e vêm fazer compras em Santa Inês. Levam sacolas, refrigerantes. Coisas pequenas que estão gerando problemas. Na aldeia dificilmente se via enlatados. Agora estamos vendo muita coisa espalhada, isso está causando problemas. Ficamos preocupados com essa questão”, explicou a liderança indígena.

Associada à questão do lixo lançado nos rios pelos bares, os indígenas enfrentam o problema do desmatamento. Segundo José Carlos algumas lagoas que ficam às margens do rio já foram aterradas por causa do “desmatamento na beira dos rios. O rio Pindaré não serve só para os indígenas, as pessoas estão desmatando muito a beira dos rios, os peixes estão desaparecendo, tinha área que se atravessava com canoa, hoje estamos atravessando a pé”.

O evento contou, ainda, com a participação do promotor de Justiça do Meio Ambiente, da Promotoria de Justiça de Pindaré, Sr. Lúcio Leonardo Froz Gomes, que explicou sobre a Lei da Política Nacional dos Resíduos Sólidos e seu trâmite no Congresso Nacional durante 19 anos. Segundo o Promotor, essa lei traz algumas questões relevantes como a responsabilidade compartilhada, no qual toda a cadeia produtiva, até os consumidores, são responsáveis pelo manejo do lixo, com possibilidade de punição para quem trata o tratar de forma errada. No momento da implantação da política nacional de resíduos sólidos, o consumidor pode ser responsabilizado pelo descarte irregular do lixo.

Outro mecanismo destacado pelo promotor foi a logística reversa, ou seja, fazer com que o produto retorne ao fornecedor para que ele faça o descarte. “Quanto mais se conseguir reutilizar ou reciclar melhor. Hoje, o ideal seria que todos nós fôssemos fiscais do meio ambiente porque é a co-responsabilidade”, frisou o Promotor.

O Simpósio foi organizado pelo Núcleo de Pesquisa e Extensão do Cessin, por meio do Projeto de Extensão “Educação Ambiental: cuidados e prevenção com o lixo urbano”, coordenado pela Professora Helciane Araujo e executado por uma equipe de alunos do curso de Pedagogia, junto à Escola Municipal Edmilson Gonçalves, no bairro Canaã, cidade de Santa Inês. 

 



Últimas Postagens