Laboratório de Entomologia Médica do CESC tem destaque no Controle de Vetores


Por em 3 de novembro de 2014



O Centro de Estudos Superiores de Caxias (CESC) é uma referência em Laboratórios de Pesquisa nas instituições do Maranhão. Na área das Ciências Biológicas, esses laboratórios existem para o aprofundamento de temas específicos, como o desenvolvimento de metodologias eficazes na preservação do meio ambiente, controle de endemias e outras especialidades. Um deles é o Laboratório de Entomologia Médica (LABEM), que se destina ao estudo da diversidade, prevenção e controle das doenças vetoriais e seus transmissores.

O LABEM possui uma vasta equipe com colaboradores (professores) e estudantes (graduandos, bolsistas de iniciação científica e de extensão). Fundado em 2005 e coordenado pela professora e diretora do CESC, Valéria Cristina Soares Pinheiro, o grupo tem realizado intenso trabalho em biologia, ecologia de cerrados, diagnóstico de infecção em mosquitos vetores e controle de doenças.

Atualmente, tem como objetos de pesquisa os insetos transmissores da Malária (Anopheles), Dengue (Aedes aegypti), Leishmaniose (Lutzomyia longipalpis) e Filariose, popularmente conhecida como Elefantíase (Culex quiquefasciatus). Esse trabalho tem o objetivo de reduzir os vetores através do controle químico e biológico. “Nosso trabalho consiste na pesquisa de mecanismos para a descoberta dos aspectos positivos e negativos, o grau de eficácia e a resistência dos vetores”, disse a coordenadora Valéria Cristina.

Ela também explicou que a pesquisa acontece inicialmente com os solos oriundos do cerrado, da baixada e da amazônia maranhense. Depois, é realizado o isolamento das bactérias e, em seguida, o Bioensaio (teste de isolamento que prevê a capacidade de eliminação do mosquito). Havendo isso, faz-se um estudo molecular para saber o grau dessa capacidade e se há resposta satisfatória. “A partir de todo esse processo é desenvolvido um inseticida biológico, sem agressões decorrentes dos agentes químicos. Esse é um trabalho de muita importância para o estado, pois desenvolve um grande potencial biotecnológico”, comentou a diretora do CESC.

Segundo a professora Maria Cleoneide da Silva, pesquisadora da dengue, uma das etapas mais importantes dessas pesquisas é a caracterização molecular dos vetores. “É nesse passo que nós investigamos e identificamos a toxina para o mosquito, a fim de conter sua proliferação. Hoje, o LABEM possui uma boa infraestrutura, com equipamentos de alta tecnologia, que nos possibilitam chegar a estudos mais concretos”, pontuou a docente.

Visitas de alunos

A equipe do LABEM tem desenvolvido projetos com alunos das escolas de educação básica da cidade. O trabalho tem chamado a atenção por levar crianças e adolescentes para dentro do laboratório, onde são repassadas as devidas informações sobre prevenção e controle do mosquito, como também são realizadas diversas atividades educativas.

Os alunos recebem kit com pasta, caderno, caneta e material informativo sobre a dengue, assistem apresentação sobre as medidas de combate e as principais características dos mosquitos transmissores da doença, da malária e de demais viroses.  Ao final são aplicados questionários contendo perguntas para avaliar o conhecimento dos estudantes antes do curso e verificar se aprenderam. Até o momento, 100 alunos já foram atendidos.

A coordenadora reconhece o sucesso da iniciativa. “Esse trabalho tem dado bastante resultado. Os alunos ficam maravilhados ao pegarem o microscópio, conhecerem o mosquito e receberem as orientações. Quando chegam em casa, eles se tornam divulgadores e agentes de combate ao mosquito transmissor da dengue”, destacou.

Visitas nas casas

Outro trabalho de contribuição social é o acompanhamento nas casas. Em parceria com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), é feito o monitoramento da incidência, frequência e quantidade dos vetores nas residências. Nas visitas, os moradores são alertados quanto à relevância das ações preventivas e dos perigos da falta de cuidados. “Temos atingido nosso objetivo de orientar os caxienses. Graças a essas ações domiciliares e todas as atividades desenvolvidas, estamos reduzindo os casos de transmissões vetoriais na cidade”, ressaltou Valéria Cristina.



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