Ocupações: reitor participa de reunião na OAB


Por em 11 de novembro de 2016



IMG_9268Visando discutir a situação das ocupações nas escolas e nas universidades em todo o estado e encontrar uma solução pacífica, a Ordem dos Advogados do Maranhão (OAB-MA) e as Defensorias Públicas do Estado e da União, reuniram os gestores da UEMA, da UFMA, do IFMA, da SEDUC e da SEDIHPOP, bem como representantes de entidades ligadas à defesa da criança, do adolescente e dos direitos humanos, assim como estudantes que representam as lideranças dos movimentos estudantis.

As autoridades presentes no encontro, que aconteceu ontem (09), no plenário da OAB ouviram e debateram, por mais de três horas, sobre a situação de cada instituição e, também, as reivindicações dos estudantes, que solicitaram a presença dos órgãos representativos nos debates que realizam nos espaços ocupados. Segundo eles, durante as assembleias, os assuntos em pauta são a PEC 241, a Reforma do Ensino Médio e a Escola sem Partido.

O reitor Gustavo Costa explica que o movimento dos estudantes é legítimo e informa que, no caso da UEMA, são dois locais ocupados, a reitoria e o prédio do Curso de História. “Desde que se iniciaram as ocupações, a reitoria, por meio dos setores competentes da universidade, tem estabelecido um diálogo permanente com os estudantes, preservando sua integridade e oferecendo a eles condições para que possam fazer suas manifestações livremente”, declarou o reitor.

Ele ressalta que a UEMA, como uma instituição de ensino superior, não pode se furtar de compreender a manifestação dos estudantes e se solidarizar com eles neste momento de justa reivindicação.

O professor ainda apontou que a reunião com a OAB e com as instituições representadas é muito propositiva. Para ele, é importante estabelecer um diálogo coletivo e, que isso, possa redundar em um entendimento no Maranhão de como as manifestações possam se encaminhar e produzir eco substantivo surtindo efeito junto aos legisladores que vão apreciar essa matéria.

Segundo o secretário de Educação do Estado, Felipe Camarão, o movimento está sendo visto pelo Governo do Estado com muito respeito, e a orientação do governador Flávio Dino é que seja mantido o diálogo com os estudantes e nunca intervir nas escolas ocupadas, sem, contudo, deixar de garantir o direito da maioria que deseja estudar. “A minha expectativa é que saiamos daqui dessa reunião na OAB, com algum encaminhamento positivo, que as pessoas reconheçam os direitos e deveres nas ocupações”, esclarece Felipe.

Conforme explica o presidente da OAB, Thiago Diaz, que reuniu instituições de ensino superiores, entidades de defesa da criança e do adolescente, e, ainda, estudantes secundaristas, no plenário daquele órgão, as ocupações são legítimas, desde que observem o direito de todos. “Nossa preocupação maior é abrir esse diálogo entre as instituições e os estudantes para que não ocorra em nosso estado o que aconteceu em outros lugares. O direito de manifestação precisa ser respeitado, o direito à educação também precisa ser observado, mantendo-se cada um dentro de uma coerência que não haja confrontos”, compreende Thiago.

De  acordo com a Ana Rafaela Santos, de 17 anos e aluna do Liceu Maranhense, na reformulação do ensino médio, os gestores falam de maior qualidade na educação, mostrando como ponto positivo, o funcionamento integral das escolas. “Nesta reunião, nós, estudantes, esperamos que a OAB, o Estado e as Defensorias, manifestem-se por meio de um comunicado à sociedade, considerando o nosso movimento legítimo”, disse.

Calcula-se hoje, que no Brasil, existam 1.600 escolas secundaristas e 140 universidades ocupadas. No Maranhão, o movimento concentra basicamente, até o momento, na ocupação dos seguintes espaços: UEMA (Reitoria e Curso de História); UFMA (Colun, Grajaú e Bequimão); IFMA (Monte Castelo, Centro Histórico, Maracanã, Pinheiro, Grajaú e Alcântara); e o Estado (Liceu Maranhense e Cintra).

Texto: Alcindo Barros

Foto: Rafael Carvalho



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