Projeto da UEMA visita Primeira Cruz (MA) para compreender cadeia produtiva da ostra


Por em 31 de março de 2017



ostraOs manguezais brasileiros são ecossistemas ricos em recursos naturais, contento uma grande diversidade de espécies de mariscos através dos quais as comunidades ribeirinhas retiram a maior parte do seu sustento, seja para o consumo ou para a comercialização.

A mariscagem está entre as atividades de subsistência mais comuns nos ecossistemas manguezais. A produção está diretamente ligada à maré. As marés vazantes de lua cheia e nova são consideradas melhores pelas marisqueiras, pois as águas atingem maior variação, descobrindo assim áreas propícias a coleta de moluscos. As marisqueiras costumam trabalhar em grupos, usam canoas para se locomoverem, utilizam de mão de obra familiar e utensílios rudimentares para extrair os moluscos dos bancos naturais e exploram ambientes ecológicos dentro do estuário.

O projeto “CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS E MEDIDAS ALTERNATIVAS DE RENDA PARA OS CATADORES DE OSTRAS NO MUNICÍPIO DE PRIMEIRA CRUZ, MARANHÃO, BRASIL”, coordenado pela pesquisadora Zafira da Silva de Almeida, atualmente, encontra-se na terceira etapa de conhecimento da comunidade de Primeira Cruz-MA, por meio de ações participativas a fim de compreender a cadeia produtiva da ostra.

As ações realizadas pela a equipe do Laboratório de Pesca e Ecologia Aquática (LabPEA), da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), vinculado ao Curso de Ciências Biológicas,  promoveram atividades de caráter educativo com as marisqueiras, sensibilizando-as sobre a importância da preservação do meio ambiente, os impactos provocados pelo descarte inadequado das conchas de ostras e buscar estratégias de para geração de renda para a comunidade.

O trabalho das marisqueiras  inicia no manguezal com a catação e se estende até as suas residências, onde o beneficiamento e processamento do marisco. O tempo dedicado à mariscagem varia segundo as condições da maré e a estação do ano. No verão, a demanda por mariscos aumenta e no inverno esta demanda tende a diminuir devido à concentração de chuva e o tamanho dos mariscos que são pequenos.

Verificou-se na primeira etapa a necessidade do desenvolvimento de uma ação que contribuísse para a formação de conhecimento em relação às questões ambientais, onde na etapa seguinte foi ministrada uma palestra na Câmara Municipal de Vereadores de Primeira Cruz sobre educação ambiental voltada para os catadores de ostras, abordando temas relacionados com o dia-a-dia e a necessidade da comunidade.

A pesquisa evidenciou que as marisqueiras de Primeira Cruz, possuem uma boa produção de ostra, entretanto, o marisco é vendido a preço baixo na própria comunidade, em alguns casos, na feira do município de Humberto de Campos e sob encomenda, porém, o consumo na região é pouco em relação à quantidade o que demonstra a importância de se buscar estratégias para a valorização do marisco.



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