Professores e alunos realizam V Seminário de História no Campus Caxias


Por em 9 de novembro de 2018



No período de 6 a 8 de novembro ocorreu, no auditório e em diversas salas do Campus Caxias, o V Seminário Histórias de Caxias, com o tema “Narrativas de Modernidade”. Foi organizado pela Profª Dra. Salânia Melo, a Profª Mestre Joana Batista, a Profª Especialista Denise Salazar e acadêmicos do Curso de História.

O evento surgiu em 2014 a partir de um grupo de pesquisa denominado “Histórias do Maranhão”. A Profª Salânia Melo, coordenadora desse grupo e idealizadora do Seminário, explica: “Ele é resultado de muito trabalho, de um ano de luta. Não faríamos um evento desses sem nossos amigos que têm experiência em pesquisa”.

A Profª Dra. Jordânia Pessoa, Diretora do Curso de História do Campus Caxias, participou do encontro: “Passamos um ano preparando o material. A preocupação sempre foi interagir o meio acadêmico com os saberes populares de Caxias. Se produzíssemos só para nós seria uma arrogância muito grande. Fico honrada em fazer parte do grupo de pesquisa responsável por esse seminário”.

As atividades oferecidas foram palestras, comunicações (apresentações com uso de slides), mesas redondas, minicursos, conferências e oficinas (6 destas destinadas a alunos de Ensino Fundamental e Médio).

DSC07321

A Profª Denise Salazar diz que a História do Maranhão ultrapassa fronteiras: “Temos relações com estados próximos como Piauí, Pará, Ceará e outros. Há uma troca de informações entre nós e pesquisadores desses locais. Como o professor Rafael Chamboleyron, da Universidade Federal do Pará, um dos palestrantes”. O professor fez a conferência de abertura, intitulada “Maranhão e Brasil: identidades territoriais no mundo colonial”.

Na abertura falou-se também de Políticas Públicas em dois segmentos. O Profº Dr. Edmundo Ximenes, da Universidade Estadual do Piauí, tratou de Patrimônio Histórico: ”Quando o patrimônio histórico fará parte da agenda dos gestores? Às vezes há revitalizações de áreas urbanas voltadas para eventos ou gerar desenvolvimento social. Essas intervenções surgem de grandes projetos. Áreas desvalorizadas passam a ter valor pelo olhar do capital”, ele disse.  Já a Profª Doutoranda Valdênia Guimarães falou sobre as mulheres: “Dentro das memórias precisamos destacar que há mulheres plurais. Se não houver articulação com as demais políticas, não há avanço. Na política representativa para as mulheres, por exemplo, há variáveis como baixos recursos, violência e machismo, e temos 18% de representatividade”.

SAMSUNG CAMERA PICTURES

A Profª Me. Larissa Ribeiro, do IFMA de Açailândia, falou sobre museus: “Quando falamos da relação memória/cultura é para entendermos o momento de vários grupos. Através do museu se tem contato com o patrimônio cultural que ajuda na formação. A cultura como local de conhecimento não é só educacional, mas de prazer; por isso é necessário aproximarmos o público destes locais de memória”.

Em uma das comunicações, o acadêmico de História do Campus Caxias, Raimundo Nonato Sousa, apresentou um trabalho sobre a constituição familiar em Caxias. “Todos os grupos humanos são formados a partir da família. A noção de família varia muito, depende do lugar em que estamos. Em Caxias, nos anos 60, as famílias eram mais numerosas. Formadas não apenas pelo parentesco, mas pelo afeto, como no caso dos agregados”.

A modernidade, eixo temático, foi tratada em temas como as ferrovias, fábricas e imprensa.

A questão indígena foi apresentada pelo Profº Me. Carlos Ewerton, do IFMA de Barra do Corda. Ele citou o conflito de Alto Alegre, ocorrido em 1901, naquela cidade: “Os envolvidos foram religiosos e indígenas. Os capuchinhos chegaram à região para civilizar os índios e em 1895 foi estabelecida uma missão em Barra do Corda, para catequizar e por interesses políticos. O significado de território para o índio é diferente daquele que o homem branco tem. O colonizador olha a terra visando lucro, como plantações ou a venda dela; o índio a relaciona com suas tradições, seus ancestrais. A relação entre índio e não índio é tensa porque envolve a questão do território”.

O trabalho de pesquisa através de jornais impressos foi trabalhado em dois momentos no minicurso “Fontes hemerográficas, memória e poder: caminhos e acertos teórico – metodológicos para uma pesquisa acadêmica”. Os professores Joabe Rocha, Messias Araújo e a professora Mercilene Barbosa (Diretora do Memorial do Balaiada), mostraram aspectos teóricos e modos de discurso e, na parte prática, apresentaram exemplares de jornais de épocas diferentes para que fossem analisados pelos presentes.

DSC07314

O encontro possibilitou aos participantes estabelecer relações entre história e memória. Isso é possível através de recursos como fotografia, teatro, rituais, crenças e outras modalidades que ajudam a estabelecer a ponte entre fatos passados e a época atual, com suas consequências.

Por Emanuel Sousa



Últimas Postagens