VI Encontro Teatro Científico é realizado no Campus Caxias


Por em 1 de novembro de 2018



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Entre os dias 29 e 31 de outubro ocorreu, no Campus Caxias, o VI Encontro Teatro Científico – Oscar Científico. As atividades aconteceram no auditório Leôncio Magno e em diversas salas da instituição. Acadêmicos do LABMAT (Departamento de Matemática e Física) e Química do CESC/UEMA participaram da organização. O evento é uma das atividades da Semana de Ciência e Tecnologia e contou com várias oficinas e apresentações de cunho científico, além de outros temas divididos em palestras, experimentos e mesas redondas.

O Encontro Teatro Científico nasceu em 2013 de um projeto integrante da dissertação de mestrado da professora Olívia Aragão Diniz, do Curso de Física do CESC/UEMA.  Atualmente a professora coordena o Encontro, que tem como vice coordenadora a professora Maria de Fátima Salgado, orientadora de mestrado da professora Olivia. A coordenadora do evento explica: “O Encontro surgiu numa escola pública – o Colégio Municipal Antônio Rodrigues Bayma – com a finalidade de contribuir para a melhoria do ensino de Física e o estabelecimento do interlace desta disciplina com as outras áreas do conhecimento”. Ela prossegue: “A Profa. Dra. Maria de Fátima Salgado e o professor Elizeu Arruda, do CESC/UEMA, trouxeram essa metodologia para o Encontro. Agradeço ao Departamento de Física daqui e espero que, após as atividades, os alunos prossigam e, um dia, venham a ser UEMA”. Dessa forma, os mais desmotivados passam a perder o medo dos cálculos e fórmulas e ver que a matéria não é apenas decorativa. É uma feira de ciências dentro do teatro.

O diretor do Curso de Física, professor Paulo Amorim, elogiou a iniciativa: “Este

DSC07196encontro está aglomerando não só a Física, mas a multidisciplinaridade. Aqui vejo o teatro sendo usado para que se aprenda de modo mais descontraído. Existem várias maneiras de divulgar o conhecimento. Aqui ninguém se desgasta, seja qual for a área”.

É um trabalho voltado para toda a Educação Básica e a comunidade acadêmica ( foi gratuito para toda a rede pública). Um grupo do Centro de Ensino Inácio Passarinho encenou três peças adaptadas de obras do português Gil Vicente (teatro medieval). Uma delas foi “Auto da Barca do Inferno”, em que foram usadas gírias e a trilha sonora era funk, forró e rock.

O professor Elizeu Arruda, que também é ator, disse: “Posso fazer com que o conhecimento seja repassado através do teatro. Minhas peças são comédias que levam à reflexão. Isso também é educação. Não se trata apenas de fazer um repasse, mas que nos perguntemos: será que posso melhorar como pessoa? Como estou agindo? Aqui nós mobilizamos o interesse, com avanços cognitivos e a valorização do conteúdo”.

A oficina “Física em Movimento” mostrou, com o uso de aparelhos de ginástica, como estes atuam nos músculos segundo os princípios da Física. José Domingos, aluno de Física do CESC/UEMA, disse: “A Física não é só cálculo. Usamos os números para demonstrar o que está na teoria”.

Uma exposição de robótica mostrou segredos da inteligência artificial. O ministrante, professor Wenderson Miranda, que estudou Física no CESC/UEMA e dá aulas no IEMA, explicou: “Dou aulas da disciplina Robótica Educacional. Ela possibilita o trabalho colaborativo e o raciocínio lógico. Trabalhamos com projetos que solucionem os problemas de nossa cidade. Mas não adianta implantar essas ideias sem preparar a população. Temos que agregar a Robótica ao nosso cotidiano”.

O professor também ministrou a oficina “Teatro Científico para a Redução das Desigualdades Sociais”. Ele trabalhou a entonação de voz, o teatro de repetição e dirigiu cenas com os alunos e uma das professoras convidadas. “Aqui existem dois momentos: primeiro eles começam a perder a timidez e passam a se entrosar melhor com os colegas. Depois o material é assimilado por eles, que aprendem a lição”, explica ele.

A necessidade da leitura foi abordada na peça “Alice no País dos Livros”, baseada no livro “Alice no País das Maravilhas”. Nela, uma garota viciada no uso do aparelho celular precisa fazer um trabalho escolar – o resumo de um livro. A mãe lhe toma o aparelho e, aos poucos, a protagonista se interessa pelo trabalho, obtendo nota máxima. A partir daí o hábito passa a fazer parte de seu cotidiano.

Em outro momento, estudantes do Centro de Ensino Santos Dumont encenaram a peça “Scientific Bar”. Nela, grandes cientistas, depois de mortos, encontram-se em um bar no céu para relembrar suas descobertas e os benefícios gerados por elas. O garçom que os atende fica o tempo inteiro sonhando em ser, também, um grande gênio da ciência.

DSC07217A oficina “A Ciência por Trás da Cena” foi ministrada por Yrla Patrícia Moura e Iara Morgana, do Curso de Química do CESC/UEMA. Elas integram o grupo teatral HALLÔ GÊNIOS, que, através de paródias, explica conceitos e fenômenos químicos com suas consequências. Uma das produções se chama ‘Rubimeu e Fluorieta”,cujo tema são as Ligações Químicas (no caso, entre os elementos Rúbio e Flúor). Essa peça foi premiada em 2015, em Itapipoca, Ceará,  no “Ciência em Cena”, um encontro científico.   Após assistirem o vídeo da peça, os presentes elaboraram uma minipeça, gerando interação na turma.

O grupo também encena, entre outras, as peças “A Bruxa e os Alquimistas” e “Os Metais do Futuro” (baseado no filme  “O Exterminador do Futuro”).

A música também foi usada como ferramenta de aprendizagem. Na oficina “Música Aplicada à Física” pôde-se ver instrumentistas colocando melodias em questões da Física. Fizeram uma combinação de termos como “momento composicional”, “Leis de Newton”, “reconhecimento de timbres”, “funções harmônicas” e “queda livre”. Além disso, os participantes formaram um coral durante as explicações.

O Encontro Teatro Científico é financiado pelo CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico); MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações Comunicações) e SEPEP (Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento).

Por Emanuel Sousa



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