“Vendem-se impressos a preços cômodos na cidade do Maranhão”: pesquisadores lançaram livro com Selo UEMA


Por em 9 de julho de 2019



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O professor da Universidade Estadual do Maranhão, Marcelo Cheche Galves e os pesquisadores do Núcleo de Estudos do Maranhão Oitocentista (NEMO) da UEMA, Romário Sampaio Basílio e Lucas Gomes Carvalho Pinto lançaram o livro “Vendem-se impressos a preços cômodos na cidade do Maranhão”, na Livraria e Espaço Cultural AMEI – São Luís Shopping.

De acordo com o professor Marcelo Cheche Galves a obra é resultado de uma pesquisa sobre a história do comércio de impressos no Maranhão no final do século XVIII até 1834. “O livro resgata um comércio ativo até então pouco explorado e uma forma de a gente pensar esse período da história do Maranhão”. E enfatizou, “o lançamento de um livro é também uma forma de prestação de contas de dinheiro público e de investimentos que viabilizaram, não apenas essa publicação, mas também um conjunto de ações”.

O livro, que possui Selo UEMA, reúne resultados do projeto de pesquisa Posse, comércio e circulação de impressos na cidade de São Luís, desenvolvido pelo Núcleo de Estudos NEMO, a partir do ano de 2011, sob a coordenação do professor Marcelo Cheche Galves.

O reitor da UEMA, Gustavo Pereira da Costa esteve presente e destacou: “Esse livro é decorrente de uma pesquisa encabeçado pelo professor Marcelo Cheche e que tem o Selo UEMA na sua veiculação. Uma obra de muita qualidade e tenho certeza que vai ser muito bem recebida pelos historiadores e pela comunidade local. Parabenizo o professor Marcelo pela iniciativa e por ser um professor que sempre corresponde aos interesses da Universidade e dos seus leitores no campo da História”.

A publicação mapeia os principais remetentes e destinatários dos impressos que circularam em São Luís nas primeiras décadas do Oitocentos, identificando e distinguindo práticas comerciais e circulações motivadas por outras razões, como o trânsito de alunos por universidades europeias e o deslocamento, entre Lisboa e São Luís, de funcionários régios, autoridades eclesiásticas ou de meros súditos, à procura de melhores condições de sobrevivência. Outro escopo do livro é mapear os anúncios referentes ao comércio de impressos nos jornais da cidade de São Luís, à procura por informações sobre pontos de venda, livreiros, público-alvo, preços e repercussões sobre os escritos.

Capítulos

Dividido em sete capítulos, o volume é fundamentado em pesquisas desenvolvidas em acervos situados em Lisboa, Rio de Janeiro, São Paulo e São Luís.

O primeiro capítulo tem inspiração em estudos dedicados às políticas de Dom Rodrigo de Sousa Coutinho de difusão do conhecimento científico pelo império. Os autores analisam o funcio­namento da Livraria da Casa do Correio, criada em São Luís em 1799. Nos outros capítulos, o foco recai sobre a atuação de mercadores de livros e a recepção de alguns desses escritos.

A demanda por determinada literatura, por vezes captada pela oferta também é analisada pelos autores. Eles versam sobre as gramáticas e dicionários em circulação pelo Maranhão no início do Oitocentos; a produção, difusão e comercialização de literatura política em tempos de Revolução do Porto e; os impressos anunciados em São Luís.

De acordo com o professor Marcelo Cheche, é apresentado ainda o Catálogo dos impressos anunciados em jornais ludovicenses (1821-1834), com 126 extratos de anúncios transcritos a partir da leitura dos 20 jornais impressos em São Luís entre 1821 e 1834. “Localizamos anúncios em dezesseis desses jornais. Há um capítulo de esclarecimentos sobre alguns critérios adotados para sua elaboração (Capítulo 7. Catálogo dos impressos anunciados em jornais ludovicenses (1821-1834): algumas considerações)”, frisou.

Os autores destacam que para melhor leitura dos capítulos e do Catálogo elaboraram oito apêndices. “Há informações importantes desses títulos em circulação, sistematizando informações que possam contribuir para a constituição de um quadro mais amplo dos elementos que compuseram esse circuito de produção, comercialização/circulação e recepção dos impressos na capitania/província do Maranhão”, concluiu Cheche.

O livro teve financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA  e a pesquisa foi financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). As bolsas de Iniciação Científicas foram ofertadas pela UEMA, FAPEMA e CNPq.

Por: Karla Almeida



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