I Congresso Maranhense de Educação Especial e Inclusiva é realizado no Campus Caxias


Por em 2 de dezembro de 2019



IMG_3299O Campus Caxias sediou, de 28 a 30 de novembro, eventos direcionados para a inclusão: o I CEEI (Congresso de Educação Especial e Inclusão do Curso de Pedagogia do CESC/UEMA ); o I CMEEI (Congresso Maranhense de Educação Especial e Inclusiva)  e o II CCEEI (Congresso Caxiense de Educação Especial e Inclusiva). Participaram da realização a UEMA Campus Caxias; o Instituto Sentidos (com a presença de intérpretes de LIBRAS) e Clio Host Serviços Web. As palestras e mesas redondas foram transmitidas ao vivo para as redes sociais pela Creativa. 30 alunos do Curso de Pedagogia atuaram como monitores.

A Profa. Dra. Frac-Lane Sousa de Carvalho, presidente da comissão organizadora que representou a Diretora do Centro, professora Jordânia Pessoa, falou sobre o tema do congresso: “Políticas Públicas e práticas pedagógicas no contexto da inclusão e inovação. “O objetivo é promover um espaço de discussão e reflexão a respeito da produção do conhecimento científico no campo das políticas públicas de Educação Especial e Inclusiva e práticas pedagógicas, possibilitando a produção de saberes e experiências educativas inovadoras”, explicou.

IMG_3614O evento contou com palestras, oficinas, minicursos, mesas redondas, sorteios e premiações. Diversos trabalhos foram desenvolvidos por portadores de necessidades especiais. Empresas que fornecem produtos que facilitam a acessibilidade e a inclusão participaram. Alunos de uma faculdade particular mostraram atividades para desenvolver raciocínio e mobilidade.

A palestra de abertura, sobre o tema do encontro, foi da Profa. Dra. Thelma Helena Costa Chahini: “O próprio tema é sugestivo. Incluir requer inovação. Muitos profissionais não entendem que essa educação pede mudanças. Temos muitas políticas públicas educacionais; a dificuldade é sair da lei para o campo operacional. Perdemos muito tempo idealizando e deixamos de fazer a diferença”.

O Prof. Aristóteles Meneses Lima, coordenador do Instituto Sentidos, destacou que “foi um momento ímpar que, além de engrandecer a Educação Especial e Inclusiva, vem proporcionar mudança de mentalidade nas pessoas para que possam ter respeito com relação ao ser humano. Isso incentiva e melhora e educação em nossa cidade e no Maranhão”.

No segundo dia, a 1ª palestra foi do professor Mateus Batista de Sousa, de Açailândia, que é surdo, com o tema “O surdo na sociedade, na Educação Básica e na Universidade: desafios e perspectivas”. Ele foi auxiliado por sua intérprete de Libras, Silvanir Alves de Sousa: “Nasci surdo, minha mãe sempre me observava, eu não expressava nenhuma comunicação oral. Minha primeira escola não tinha acessibilidade. Minha mãe me levou à fonoaudióloga e em 2010 fui para outra escola.  Sobre a inclusão na escola às vezes o intérprete não passa direito a mensagem. Numa sala com ouvintes, nem todos mantém contato com o surdo”.

Mateus passou em um seletivo e cursou Ensino Médio no IFMA. Cursava Engenharia de Produção e mudou para Pedagogia por acreditar que combinava mais com ele. Formou-se em 2016.

IMG_3278Nicolas Brito Sales, de 20 anos, é autista, fotógrafo e escritor.  Viaja com os pais pelo Brasil divulgando a palestra “Autismo e Superação”: “No cérebro da pessoa com autismo tudo está desordenado. Antes eu não saía de casa, tinha medo de crianças e bexigas. Antes da escola eu era um pouco agressivo. Sobre medicação, não preciso disso. Me formei no Ensino Médio em 2016. Gosto de ser autista e respeito quem não gosta. Ainda não há cura, mas eu não gostaria de curar o autismo, apenas traços, como meu modo de falar. Quero casar e ter uma família linda”. Nicolas escreveu o livro “Tudo o que Eu Posso Ser”.

A pedadoga Kelly Araújo Nascimento, deficiente visual, ministrou o minicurso “Princípios e Orientações Sobre Acessibilidade e Inclusão de Pessoas com Deficiência”. Especialista em Educação Especial e Inclusiva, ela se manifestou: “Um momento rico para os participantes. Puderam vivenciar e até sentir na pele o que se refere à promoção dos direitos básicos para a independência das pessoas com deficiência. Que continuemos promovendo a formação docente para essas pessoas para que a perspectiva inclusiva chegue a todos”, espera.

Durante a manhã de sábado aconteceram apresentações orais, exibição de pôsters e oficinas.

À tarde o Prof. Esp. Derocy Dias, de São Luís, deficiente visual falou sobre “A Tecnologia Assistiva Como Ferramenta de Construção da Autonomia das Pessoas com Deficiência Visual”.  Ele citou recursos que auxiliam a vida diária como relógios táteis, aparelhos para medir pressão, celulares com sensibilidade tátil e bengalas com sensores.

Na palestra de encerramento “Práticas Pedagógicas Inclusivas”, foi dito que  há práticas ditas inclusivas que não respeitam o princípio da equidade. O aluno deve aprender dentro de suas especificidades, por isso é necessário um planejamento e a prática pedagógica é uma ação coletiva. Quando entendermos que todos temos uma deficiência, começaremos a olhar o outro de um jeito melhor.

Trabalhos premiados com certificações:  1º lugar: Luana Campos Gines Lorena de Souza e Antônia Maria Cardoso e Silva; lugar: Zenaide Rodrigues Costa e Vanessa Oliveira Almeida; 3º lugar: Najla Michelle de Vasconcelos Souza e Agnes Richelle Cardoso Marques

 Por Emanuel Pereira



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