Pesquisador fala sobre importância dos insetos durante palestra no Campus Caxias


Por em 20 de dezembro de 2019



IMG_4214Na manhã do dia 18 de dezembro, o Prof. Dr. Vinícius Albano Araújo, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), realizou uma palestra no Campus Caxias. O tema foi “Balbúrdia Entomológica: em tempos de trevas, os insetos são luz”.

O professor Vinícius destacou  que “os insetos representam 60% dos seres vivos e 85% dos animais. É o grupo mais megadiverso que existe e podemos dizer que quem domina o mundo são eles. A maior parte da população humana vive no litoral e os insetos ocupam ambientes próximos aos trópicos”.

Ele apresentou gráficos e mapas para estabelecer um paralelo entre humanos e insetos. “A balbúrdia entomológica é uma situação confusa e esse tumulto é uma forma de provocação entre seus pares para se organizarem. Os insetos precisam responder às suas necessidades básicas de vida”, disse ele.

Para o pesquisador, se as pessoas se espelharem nos insetos perceberão, entre outras coisas, que os humanos se reproduzem de forma desordenada. Essa falta de planejamento leva vidas futuras à falta de oportunidades. O ser humano não consegue dispor corretamente de seus recursos. Já os insetos, realizam uma seleção, não se reproduzem se não houver recursos disponíveis. Dão uma pausa numa situação desfavorável.

Os problemas mundiais e outras balbúrdias foram citados pelo convidado: “A cada 4 segundos uma pessoa morre de fome no planeta. Isso é uma balbúrdia, um crime. A ONU já sugeriu que se coma insetos para reduzir a fome no mundo. A perda do habitat é causada pela balbúrdia urbana. O ambiente fragmentado prejudica a estabilização de insetos. No caso da disseminação de sementes, a maior parte é feita por eles. A balbúrdia tecnológica deixa as pessoas hipnotizadas por aparelhos e aumenta os níveis de depressão”, informou.

Segundo a professora Claudene, “o professor Vinícius foi convidado para uma banca de defesa de Mestrado do nosso programa (PPGBAS) e, dentro do contexto do trabalho dele, que é voltado para os insetos, solicitamos que ele fizesse uma palestra para unir graduação e pós-graduação. Ele explicou bastante sobre o que precisamos conhecer e também reforçar a parceria entre a UEMA e a UFRJ”.

As atividades desenvolvidas pelos insetos foram citadas: “Grande parte da polinização biológica é feita por animais (a maior parte por abelhas). Existem variações nessa atividade e, no Brasil, a principal abelha usada nessa tarefa é a Apis melífera  (um híbrido das abelhas europeia e africana). Sobre a ameaça que elas sofrem há duas ideias: a primeira (que faz mais sentido), diz que elas estão sendo contaminadas por agrotóxicos e a segunda, que existe a ação de um fungo (criada para amenizar o problema da monocultura)”.

A acadêmica Alice Torres, do Mestrado em Biodiversidade da UEMA, opinou: “A temática é sugestiva. É importante não só para o PPGBAS mas para toda a comunidade participante. Enriqueceu nosso conhecimento sobre o fantástico mundo dos insetos. Interessante o comparativo entre a fauna de insetos e a humanidade, o desastre ocasionado pela balbúrdia humana (fome, uso excessivo de recursos naturais). Ele demonstra que os insetos trabalham numa balbúrdia de forma organizada e planejada. Várias instituições pesquisam a entomofauna e o que ela pode proporcionar ao mundo de positivo”.

IMG_4209As pessoas têm uma visão negativa sobre os insetos. São vistos como vilões, mas são sinônimo de cura. “Para eles não temos importância, mas para nós eles são fundamentais. Na área do conhecimento, como respondemos à balbúrdia na Universidade? Com trabalho, gerando conhecimento. Todos os insetos trabalham. A Universidade é a evolução do pensamento. Vamos respeitar a forma como eles fazem, pois é bem sucedida. Na Universidade existe muito mais que nossas pesquisas e arquivos, que é professor e aluno fazendo a troca de conhecimentos. Isso é uma caixa de tesouro”, concluiu o convidado.

Por Emanuel Pereira



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