Pesquisadora da UEMA participa do maior mapeamento da fauna de serpentes brasileiras


Por em 24 de janeiro de 2020



Corallus hortulanusA Dra. Thaís Guedes, Pesquisadora Sênior do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade, Ambiente e Saúde da UEMA Campus Caxias participou, do mapeamento das 412 espécies de serpentes existentes no Brasil. O trabalho foi feito em parceria com outros 31 pesquisadores sul americanos e publicado na South American Journal of Herpetology (https://doi.org/10.2994/SAJH-D- 19-00120.1).

Os cientistas, sob a coordenação do pesquisador Cristiano Nogueira (Universidade de São Paulo), reuniram registros de mais de 160 mil exemplares de serpentes preservados desde o século XVIII em 140 coleções biológicas de universidades e museus de história natural e coleções biológicas do Brasil e do mundo.

Após o levantamento, foi produzido um Atlas com mapas detalhados da área de ocorrência para cada espécie de serpente brasileira. O Atlas também mostra pela primeira vez padrões ainda não documentados em outras fontes sobre a distribuição das espécies nas paisagens naturais. Tais informações fornecem subsídios para a conservação das serpentes e servem de base para outras pesquisas que buscam entender a evolução da distribuição da vida.

Os cientistas perceberam que a maior diversidade de serpentes é encontrada no leste do estado de São Paulo, sul da Bahia, região metropolitana de Belém (Pará), sudoeste do Mato Grosso e oeste do Mato Grosso do Sul. Em São Paulo, foram registradas quase 40 espécies. Já em Belém, são mais de 80 espécies de serpentes.

IMG_4158 (1)Outro dado interessante é que cerca de 163 espécies catalogadas são exclusivamente brasileiras, correspondendo a 39% das espécies encontradas. Essa informação reflete o quanto o Brasil é rico, com diferentes regiões abrigando grupos variados de espécies de serpentes.Para a Dra. Thaís Guedes, “a grande quantidade de informação reunida neste estudo é inédita no mundo. Não existem tantas iniciativas como essa publicadas na ciência. E só foi possível graças a união e trabalho em equipe de tantos pesquisadores que forneceram dados de altíssima qualidade de todas as partes do Brasil, e até de fora dos limites do nosso país. A base de dados construída para este trabalho e seus mapas têm uma espécie de marca de qualidade como ‘verificada por especialista’. Mapear a distribuição de cada espécie é parte importante para conhecermos e conservarmos melhor nossa biodiversidade. Também abre caminho para novas pesquisas que buscam entender a evolução da distribuição da vida”.

O Atlas das serpentes brasileiras é uma publicação técnica em inglês, mais voltada para cientistas. Mas, qualquer pessoa interessada em saber mais sobre a rica fauna de serpentes pode procurar nas livrarias o Guia Ilustrado das Serpentes da Caatinga (Serpentes da Caatinga: Guia ilustrado. Editora Ponto A, 2017) que foi publicado pela Profa. Thaís e coordenado pelo Dr. Otavio Marques, pesquisador do Instituto Butantan, também autor do Atlas.



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