Alimento funcional enriquecido com proteína do pescado


Por em 15 de abril de 2020



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Os salgadinhos são produtos muito consumidos, especialmente por crianças e adolescentes, no entanto esses produtos tem pouco valor nutricional. Pensando nisso e em formas de acrescentar o pescado na alimentação da população, pesquisadores da Universidade Estadual do Maranhão, desenvolveram um salgadinho com a proteína do pescado.
Segundo a orientadora do projeto de pesquisa intitulado “Elaboração e caracterização de alimento funcional enriquecido com proteína de pescado”, Profa. Dra. Elaine Cristina Batista dos Santos, o pescado é uma fonte nutricional muito rica em proteínas, vitaminas, ácidos graxos, cálcio, ferro, fósforo, entre outros. Além de todos os benefícios nutricionais oferecidos, o consumo do pescado proporciona benefícios à saúde, como a prevenção de doenças cardíacas, por exemplo.
“O alimento funcional, tem como finalidade acrescentar a dieta ingredientes que proporcionem melhorias para a saúde das pessoas. O pescado é um dos grandes protagonistas do alimento funcional, porém ainda é rejeitado por algumas pessoas, principalmente por crianças. Isto posto, pensamos no salgadinho como uma alternativa para inserir o pescado na alimentação, pois tem um sabor suave e não oferece nenhum risco, por não ter a presença de espinhas” destacou a professora.
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O salgadinho funcional foi desenvolvido no Laboratório de Tecnologia do Pescado (LABTEP), da UEMA, onde após a realização de testes de adequação da receita e ingredientes, o alimento foi enriquecido com farinha de peixe ou com farinha de camarão, que também uma fonte de proteínas, lipídeos, minerais, quitina, além de carotenoides, possui alta capacidade antioxidante, ajudando no combate a doenças como câncer e hipertensão.
Os salgadinhos tipo “torcida” e “doritos” foram elaborados a partir das receitas dos produtos tradicionalmente comercializados e preparados manualmente. Foram desenvolvidas formulações até encontrar uma receita que apresentasse melhor sabor e “crocância”.
Após essa etapa, foram realizados testes microbiológicos no Laboratório de Microbiologia de alimentos e água, do Departamento de Medicina Veterinária, para determinar a presença/ausência de salmonella, coliformes totais, bolores e leveduras.
Concluída a produção dos salgados, foi feita análise sensorial, para verificação da intenção de consumo e compra da população. Esta foi realizada nas dependências da UEMA, onde os produtos feitos com farinha de pescado e de camarão foram degustados por julgadores não treinados, escolhidos aleatoriamente. Participaram dos testes, alunos e funcionários da Instituição, de diferentes faixas etárias. Os testes sensoriais comprovaram que os salgadinhos tem um grande potencial para o consumo e para comercialização, pois foi bem aceito e com total intenção de compra.
Além de fornecer uma importante fonte de nutrientes, a farinha de pescado possibilita que impactos ambientais causados pelos resíduos sejam diminuídos, uma vez que os produtos que seriam descartados no meio ambiente, causando danos, como a contaminação de lençóis freáticos por chorume, além de atrair insetos e roedores causadores de diversas doenças.

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Após todas as análises, foi possível constatar que o salgadinho enriquecido com proteína de pescado possui compostos essenciais com alto valor nutricional que podem atuar positivamente na manutenção da saúde e prevenção de algumas doenças.
Aa pesquisadoras envolvidas no projeto também produziram salgadinho sem glúten. “Realizamos uma segunda parte que foi a elaboração desse salgadinho também enriquecido com a proteína do pescado só que sem glúten, para isso substituímos a farinha de trigo por farinha de arroz e de batata. É um diferencial para que os celíacos (alérgicos a glúten) possam também consumir a proteína nessa forma de apresentação”, afirmou a orientadora.
Participaram do projeto Maria Tatielle Gomes da Silva e Geisiane Silva Sousa, então bolsistas (PIBIC/FAPEMA), que foram premiadas no XXIX SEMIC pela excelente qualidade do trabalho desenvolvido nesta pesquisa.
Por Polyanna Bittencourt 


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