Pesquisador e aluna da UEMA desenvolvem um nariz eletrônico para testar a qualidade do ar de salões de beleza


Por em 7 de abril de 2020



salão de belezaSão inúmeros centros de estética e salões de beleza que vendem a possibilidade de um rosto, cabelo e corpo perfeitos.

Alguns desses ambientes “maquiam” um problema: a exposição dos clientes e funcionários ao risco de contrair doenças por causa da manipulação de produtos químicos.

 Esses riscos motivaram a elaboração do projeto intitulado “Nariz eletrônico: Desenvolvimento de um sistema para avaliar os níveis de compostos orgânicos voláteis presentes no interior de salão de beleza” pelo pesquisador Péricles Mendes Nunes, do Departamento de Química e Biologia da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA); e pela estudante do Curso de Química Licenciatura, Flávia Brambati Bezerra.

 O projeto consistiu na produção de um dispositivo cujo funcionamento é semelhante ao olfato humano porque detecta odores no ambiente. Mas o nariz eletrônico vai além. Ele consegue identificar e quantificar compostos orgânicos voláteis presentes no ar, sinalizando quando ultrapassam os limites estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

 Para produzir o sistema foram usados um sensor de condutividade térmica (MQ 138), uma plataforma a Arduíno, que é um micro controlador programado para comandar o sensor térmico; um display LCD para mostrar os valores (em ppm) detectados pelo sensor; um LED para emitir os sinais luminosos e um buzzer (sonorizador).

 De acordo com Péricles Nunes, o nariz eletrônico é sensível a vapores como tolueno, álcoois e amônia, que geralmente estão presentes em muitos produtos utilizados nos salões de beleza.

 No momento que o dispositivo identifica e quantifica os compostos, emite um sinal sonoro e luminoso também: O sinal verde significa que está tudo bem com a qualidade do ar, o amarelo alerta que a quantidade de gases presentes no ar já está chegando ao limite e o vermelho marca que a emissão de gases prejudiciais passou do limite permitido.

“Quando ultrapassada o limite é necessário abrir as portas e janelas do salão ou sair, temporariamente, do ambiente para evitar problemas à saúde”, explica.

O custo da produção do nariz foi baixo. “Nós gastamos em torno de 250 reais para construir o sistema. Ele é prático e tem o custo baixíssimo comparado aos dispositivos industriais utilizados para medir os compostos orgânicos voláteis”, disse o pesquisador.

Ele acrescentou que as informações do dispositivo podem ser acessadas remotamente, por meio da plataforma android, para tanto, basta acoplar mais um shield de internet.

Flávia Brambati (atualmente graduada no Curso de Química), que aceitou o desafio de participar do projeto e utilizá-lo para produção de seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), considerou a atividade bastante enriquecedora. “Quando o professor Péricles falou da proposta eu me assustei porque eu não tinha conhecimento da área de programação, automação, etc. foi um grande desafio para mim, mas acabei aceitando e estudei bastante para entender mais sobre outras áreas de conhecimento”, comentou.

 Os resultados do trabalho foram tão promissores que os pesquisadores realizaram o depósito de pedido de patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) no ano de 2015.

 Por Débora Souza



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