Aula remota: uma estratégia educacional necessária


Por em 31 de julho de 2020



Sem títuloEm todo o mundo, 91% dos estudantes, da educação infantil ao ensino superior, foram afetados pela pandemia do novo coronavírus, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). No Brasil, mais de 52 milhões de alunos vivenciaram a abrupta suspensão das aulas em escolas e instituições de ensino superior em decorrência da COVID-19.

Como medida emergencial, o Ministério da Educação autorizou, no dia 30 de Maio, que atividades remotas passassem a valer como carga horária. Desde então, a Universidade Estadual do Maranhão, começou a estudar estratégias para reorganizar seu calendário universitário com vistas à inserção de atividades não presenciais, para fins de cumprimento da carga horária mínima anual.

Nesse ínterim, uma das principais dúvidas do corpo discente era referente a uma suposta similaridade dessa modalidade de ensino remoto com a educação a distância. Por isso, o UEMA Notícias conversou com a Coordenadora Geral do Núcleo de Tecnologias para Educação (UEMANet), Ilka Serra, que esclareceu algumas das principais dúvidas referente às práticas de ensino vigentes.

– Professora, quais são as principais diferença entre aula remota e educação a distância?

Só existem duas modalidades de ensino no Brasil, o ensino presencial e o ensino a distância. O ensino remoto emergencial foi uma estratégia regulamentada pelo MEC para os cursos presenciais para cumprir as medidas de distanciamento social no período da pandemia. É válido ressaltar que o ensino remoto pode ou não ser mediado pela tecnologia. O objetivo maior do ensino remoto atualmente é que o aluno da educação presencial não tenha perdas muito grandes na educação. Assim que houver uma solução para a pandemia, as aulas retornam ao seu formato presencial.

Logo, a primeira diferença entre ensino presencial e remoto é a possibilidade de escolha. O ensino a distância é uma escolha do aluno e da universidade. No ensino remoto emergencial não existe essa escolha. É uma recomendação, uma determinação das autoridades sanitárias. No ensino remoto, o aluno pode suspender o curso, desistir da disciplina, mas a universidade e as escolas devem propiciar esse formato de maneira uniforme para todos os alunos.

A segunda diferença é que na EAD o professor ministra a disciplina, mas tem um tutor que o auxilia na mediação. No ensino remoto, o professor da disciplina é responsável pela interação, pela mediação desse aprendizado.

A terceira diferença é que o ensino a distância no Brasil, não é aplicado a todos os cursos. Já no remoto é aplicado a todos os cursos , pois é vivido em um momento de caos.

Por fim, na  educação a distância, alunos e professores participam do processo educacional em tempos síncronos e assíncronos. No ensino remoto, professores e alunos devem estar conectados ao mesmo tempo, nos dias e horários das aulas presenciais.

– Quais características o aluno precisa ter/adquirir para obter melhor proveito no processo de ensino-aprendizagem com aulas remotas?

O aluno precisará compreender que ele necessita de planejamento e organização. Ele precisa estar centrado no seu propósito educacional, pois ele terá aula como se ele estivesse em sala de aula presencial. A diferença é que está na esfera digital.

É fundamental que o discente tenha autonomia no que se refere ao seu aprendizado. O professor, juntamente com o aluno, desenvolverá estratégias para facilitar o aprendizado nesse formato remoto.

Outra característica é ter espírito de colaboração. É um momento difícil para todo mundo, logo, ele só terá êxito, se puder colaborar e construir junto com professores e colegas de turma, além de precisar ter seu compromisso com o aprendizado para além das aulas remotas.

– Quais vantagens da aula remota, para além do distanciamento social – tão necessário neste momento?

Há milhões de estudantes afetados pela pandemia no Brasil. A UEMA, que tem como uma de suas missões a formação qualificada dos alunos, não poderia jamais estar fechada para esse momento. Por isso, a Instituição se preparou com seriedade para o retorno do calendário acadêmico, mas de forma remota. A urgência da pandemia levou o desenvolvimento de estratégias de ensino remoto em todo o mundo. Logo, essa modalidade vem para atenuar os danos educacionais que essa pandemia trouxe também.

– Qual o maior desafio que o aluno pode enfrentar nesta volta às aulas de forma remota?

Certamente a disciplina, o compromisso com os estudos. Outro grande desafio – tanto na modalidade a distância, quanto no ensino remoto e no futuro, na educação híbrida – é desenvolver as competências digitais necessárias para fazer uso correto das tecnologias educacionais.

Confira AQUI a resolução da UEMA que estabelece diretrizes para a retomada das atividades educacionais, de forma não presencial, referentes aos semestres letivos do ano de 2020 (períodos 2020.1 e 2020.2), nos cursos presenciais de graduação em virtude da situação de excepcionalidade da pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2).

Por: Walline Alves



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