Uema Pesquisa: ” A poética da Desaceleração na ficção Distópica Fahrenheit 451, de Ray Bradbury”


Por em 25 de setembro de 2020



WhatsApp Image 2020-09-18 at 15.02.05O Uema Pesquisa desse mês apresenta o Projeto ” A poética da Desaceleração na ficção Distópica Fahrenheit 451, de Ray Bradbury,” da aluna Andressa Silva Sousa com orientação do Prof. Dr. Emanoel Cesar Pires de Assis do Programa de Pós Graduação em Letras.

O estudo faz uma interessante reflexão sobre como a evolução tecnológica impôs à sociedade um status incessante de urgência e rapidez e como as relações humanas estão, hoje, pautadas por uma cultura da velocidade.

“A ideia surgiu durante o cumprimento dos créditos da disciplina “Literatura e outras Mídias”, do curso de Mestrado em Letras da UEMA (Teoria Literária). A disciplina foi ministrada pelo meu orientador, Dr. Emanoel César Pires de Assis, que apresentou-nos a obra Fahrenheit 451(1953) em uma de suas aulas. A leitura inicial feita por ele me chamou bastante atenção, aguçando a minha curiosidade. Decidi comprar a obra e lê-la. Li e amei. Ao final da disciplina, resolvi escrever o artigo final baseado nela. Assim, esse trabalho de conclusão da disciplina serviu de protótipo para a construção da Dissertação, posteriormente,”afirma a mestranda Andressa Silva.

A Literatura, agindo contra a tirania da efemeridade contemporânea, revela aquilo que eles denominam de poética da desaceleração, demonstrando como Guy Montag e Clarice McClellan, personagens do romance de Ray Bradbury, aos poucos descobrem que é necessário, em meio ao turbilhão de eventos que acontecem praticamente ao mesmo tempo, aprendem a (re)olhar o mundo e as relações humanas.

Segundo a pesquisadora, a perspectiva escolhida para análise da obra possibilitou compreendê-la enquanto crítica à forma de viver do homem moderno e das consequências deletérias desse modo de existir. Considerando, portanto, que “ser moderno” significa, essencialmente, “ser incapaz de parar”, como afirmou Bauman (2001, p. 38); o estudo da obra “Fahrenheit 451” (1953) torna-se relevante por seu caráter atual, confirmado ainda mais nesse contexto de pandemia.

Ao admoestar seus leitores acerca da lógica irracional do movimento acelerado e irrefreável em que a humanidade se lançou desde a modernidade capitalista, agudizado na contemporaneidade, a obra convida-os a desacelerar, movendo-se pela libertação dos efeitos de barbárie nesse sistema sócio-político-econômico. A obra de Bradbury ergue-se, ao mesmo tempo, como um Elogio à Literatura. Pois enquanto arte que se comunica através de uma linguagem não-imediata (FILHO,2007), toda obra literária carrega, em si, como potência, a Poética da Desaceleração -que é o ler-caminhar -, tão necessária para desviar o homem contemporâneo do ritmo frenético que o escraviza.⠀

“Atualmente, temos somente o artigo inicial publicado que foi escrito ao final da disciplina e encontra-se no e-book ” Literatura, Imagem e Mídias “, lançado pela Editora UEMA, neste ano. Recentemente, enviamos outro artigo para uma Revista, porém, ainda está em análise.⠀Temos a intenção de publicar mais artigos sobre a pesquisa em Revistas e, posteriormente, lançar um livro. Ademais, queremos aprofundar nosso olhar sobre pontos que não foram analisados na Dissertação e continuar desenvolvendo a pesquisa em uma possível tese de doutorado.”conclui a aluna.

Confira aqui para o artigo completo.

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Por Priscila Abreu



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