Campus Caxias realiza Encontro Pedagógico


Por em 1 de abril de 2022



                                                                                                   

O Campus Caxias da Universidade Estadual do Maranhão realizou, dias 31 de março e 01 de abril, Encontro Pedagógico. O primeiro dia contou com as palestras da Profa. Dra. Ilka Márcia Ribeiro de Souza Serra (Coordenadora Geral do Núcleo de Tecnologias para a Educação da UEMA (UEMAnet) e a Profa.Me Francisca Tatiana Dourado (graduada em Psicologia pela Faculdade de Ciências Médicas da UESPI – Universidade Estadual do Piauí- e doutoranda em Psicologia pela UFPA- Universidade Federal do Pará).

“Hoje estamos reunidos aqui exatamente dois anos depois do primeiro decreto do governo do estado referente à pandemia. Um retorno presencial. Um momento doloroso. Que esse retorno nos torne seres melhores, que possamos tratar nossas misérias e não transferi-las para os outros, lidando primeiro com nossas emoções. Na pandemia tivemos que nos reinventar. Que acolhamos os nossos alunos, pois eles estão com muitos problemas”, disse a diretora do Campus, Profa. Jordânia Pessoa.

A primeira a palestrar foi a Profa. Francisca Tatiana: “Hoje falaremos sobre o tema ‘Enfim, estamos aqui’, que é uma forma de acolher os nossos professores, fazer desse momento um momento de reflexão, troca de informações, de fortalecimento, de encontrar medidas para que possamos estar aplicando metodologias ativas dentro de uma modalidade presencial e online.  Que possamos iniciar o semestre florescendo, contribuindo para um aprendizado pleno. Um novo momento vai chegar. Precisamos, como dois anos atrás, dar sentido a esse caminhar, lado a lado com nosso aprendente”.

Para a psicóloga, vamos continuar nos adaptando a um novo processo que está começando. Ela pediu que todos pensassem em seu propósito de vida, cada um em sua profissão, pois é preciso deixar isso claro para a existência. Isso precisa fazer sentido no ambiente de trabalho, na relação com alunos, gestores, com os pares. “Estamos aqui. Depois de um turbilhão de acontecimentos, somos privilegiados. Quando eu coloco que a nossa relação de trabalho precisa ter sentido com o meu propósito de existência, estou alimentando uma construção de vida qualificada. Todas as pessoas que passaram por dificuldades e têm histórias de sucesso, tiveram propósitos de vida”, explicou.

A Profa. Ilka Serra falou sobre “Tecnologias digitais e as Práticas Educativas: utilização de salas invertidas como tecnologia de aprendizagem”. Foi abordado o processo de mudança cultural e digital, principalmente envolvendo as tecnologias digitais e as novas proposições que os professores terão que apresentar para os alunos, considerando que estamos em um momento de pós pandemia e que é preciso repensar os modelos educacionais.

“Vivemos um momento de incertezas e inseguranças. A pandemia veio quebrar vários paradigmas. Hoje a UEMAnet não pensa tecnologia só para a EAD (Ensino à Distância), mas para a educação de modo geral; é um setor estratégico, responsável pela democratização da educação. Se os professores estivessem mais ligados às tendências da educação do século 21, talvez não tivéssemos tantos problemas na pandemia. A internet não é só uma tecnologia, é um instrumento tecnológico e uma forma de organização que distribui o poder da informação, a geração de conhecimento e a capacidade de conectar-se em rede em qualquer área da atividade humana. Nós, professores, nos furtamos de pensar dessa forma. Já vivemos numa sociedade em rede”, destacou.

Para a professora Ilka, não podemos pensar tecnologia como algo ferramental, instrumental, tecnicista. “Com a pandemia veio a ideia equivocada de que o professor tinha que saber usar milhares de ferramentas, mas não é isso que se propõe como cultura digital para a educação. É preciso pensar na intenção do uso da tecnologia na sociedade em rede em que os alunos estão inseridos. O estudante pode até não possuir uma estrutura que lhe dê suporte a viver uma cultura digital, mas eles vivem nela. Não podemos voltar de uma pandemia achando que o aluno será o mesmo de antes. Eles já estavam incomodados com esse modelo de educação, querendo saber o conteúdo de outra forma, pois o modo usado pelo professor já não era interessante. Mexer nessa estrutura milenar não é só necessário, é imprescindível”, realçou.

Ela prosseguiu, falando que, para que a universidade forme os melhores alunos, com diferencial para o mundo do trabalho, é preciso que os professores eduquem e compartilhem com eles de forma diferencial. Fazer mais do mesmo vai causar frustração. Não se pode dar aula da mesma forma que era dada antes. Para fazer a UEMA grande, forte e unida, é preciso pensar no cliente maior, o aluno, considerando que ele chega à universidade com conteúdo, e ao lado do professor pode fazer uma sala de aula diferente.

“Hoje existem diferentes pedagogias que auxiliam a intenção do trabalho do professor, sem impor um padrão, com a preocupação sobre que professores seremos agora, como o aluno vai aprender, e qual o propósito dele quando sair da UEMA. Além das competências de conteúdo ele precisa desenvolver outras habilidades exigidas no mundo do trabalho”, acrescentou.

Ela citou que as pedagogias ativas ocorrem quando o aluno deixa de ser apenas ouvinte, ficando no centro do processo de aprendizagem e, assim, os dois se tornam protagonistas na sala de aula. Hoje o professor se pergunta como formar um estudante ativo; que dificuldades ele enfrentará nessa formação; quais as novas funções do professor e da escola nesse processo. “Tudo isso fará diferença na vida do aluno e quem ganha é o Maranhão, por ter uma universidade que faz a diferença a partir de seus professores. O que queremos para esse retorno são alunos interessados pelo estudo. Ofereçamos a eles novo ânimo, na formação de dias melhores, de uma formação melhor”, concluiu.

O Encontro Pedagógico, no dia 1º de abril, seguiu com planejamento de ações dos Departamentos e Cursos e discussão do calendário acadêmico 2022.1.

Por Emanuel Pereira



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