Estudante cego é aprovado no Curso Superior de Redes de Computadores do PROFITEC UEMA


Por em 8 de junho de 2022



                                                                 

O direito das pessoas com deficiência à educação e de cursar o ensino superior é garantido pela Lei Brasileira de Inclusão (LBI), criada em 2016.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2021, existem mais de 17 milhões de pessoas com deficiência no Brasil. Quase 68% dessa população não têm instrução ou possuem ensino fundamental incompleto.

Ainda de acordo com o IBGE, a porcentagem de pessoas com deficiência (PcD) nas universidades não chega a 1%.

Mesmo diante desse contexto, a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) tem, a cada ano, recebido estudantes PcD.

Um exemplo de superação é o calouro do Curso Superior de Tecnologia em Redes de Computadores do Programa de Formação Tecnológica (PROFITEC) do Campus Coroatá, Francivaldo Sousa Reis, de 33 anos, que perdeu a visão há 18 anos.

“Para mim, o vestibular foi tranquilo porque eu tinha estudado bastante e também saí do Ensino Médio recentemente. No início da pandemia, meu pai me deu um computador e eu desenvolvi meus estudos online, então já tenho um conhecimento básico de informática. Além disso, tinha uma ledora que me acompanhava durante os estudos e na interação com a máquina. Acredito que também terei esse acompanhamento aqui na universidade”, disse Francivaldo Reis.

O sonho de Francivaldo é adquirir conhecimento suficiente para desenvolver algum tipo de tecnologia que possa ajudar pessoas com deficiência visual.

“Meu sonho é desenvolver uma tecnologia para pessoas que não enxergam ou possuam alguma dificuldade. Acredito que já estou no caminho certo fazendo este curso”, comentou.

Para a ledora Ana Célia Oliveira Tavares, que acompanhou o estudante durante dois anos, afirmou que ele é muito determinado.

“Eu acompanhei o Francivaldo como revisora de braile e ledora. Durante todo esse tempo, percebi que ele já tinha incentivo próprio, é um vencedor. Nossa equipe de transcritores e ledores só dava uma pontinha a mais de motivação para apoiá-lo”, esclareceu.

Na UEMA, o estudante é acompanhado por uma ledora e conta com o apoio do Núcleo de Acessibilidade (NAU), que é um espaço dinâmico e acadêmico, alinhado com a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, e desenvolve um trabalho voltado para institucionalizar iniciativas que garantam condições de acessibilidade para a promoção da inclusão acadêmica, científico-cultural e social dos alunos com deficiência.

                                                       

Por Débora Souza

 



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