XVIII Semana de Enfermagem é realizada no Campus Caxias


Por em 2 de junho de 2022



                                                           

Foi realizada entre os dias 30 de maio e 1º de junho, no Campus Caxias da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), a XVIII Semana de Enfermagem. Com o tema “O Protagonismo da Enfermagem na atenção à Saúde”, o evento foi organizado pelos acadêmicos da turma XX e coordenado pela Profa. Me. Kélvia  Lopes, do Departamento de Ciências da Saúde da UEMA. As atividades (palestras, mesas redondas, minicursos, apresentações de trabalhos, exibição cultural) aconteceram no auditório Leôncio Magno e no Anexo Saúde.

Na abertura, o tema “Atuação do enfermeiro na gestão em saúde e liderança” foi tratado pelo Enfermeiro Me. Rubenilson Matos: “Temos que aprender a desenvolver um trabalho em equipe. É importante ter confiança nos colegas e gerenciar conflitos. Todo serviço de saúde tem um território e as pessoas adoecem na área em que vivem, por isso há uma população definida na área em que o enfermeiro atua. Existem competências que tornam o enfermeiro um bom gestor, como liderança, comunicação, tomada de decisão e negociação. É preciso saber o que acontece entre a entrada e a saída do usuário da unidade de saúde, saber que fluxos o direcionam para os serviços. Não adianta ser gestor se não entender de fluxos”, explica.

A Diretora do Curso de Enfermagem da UEMA – Campus Caxias, Dra. Joseneide Teixeira Câmara, disse: “É evidente que, na rotina, nos dias de serviço, a maior mão de obra, sem desmerecer as outras profissões, é a Enfermagem, incluindo técnicos, auxiliares, enfermeiros e o extinto assistente de enfermagem, seja no SUS ou em qualquer outro serviço no Brasil, público ou privado. Temos que reconhecer e valorizar isso de cada profissional. Daí a necessidade de colocar isso nas nossas práticas, demonstrando o saber técnico e o prático, respeito pelo próximo, até para nos impormos. Nosso produto principal é o cuidar do humano e isso justifica sermos profissionais, a nossa formação. E que esse cuidar seja bem feito”, acredita.

Durante uma mesa redonda, enfermeiros pós-graduados relataram experiências durante a rotina para residências e outros trabalhos após a conclusão do curso universitário. Foi verificado que é difícil conciliar a graduação com estudos para outra etapa de formação.

                                                               

Outro assunto apresentado foi “Atribuição da Enfermagem na prevenção das infecções sexualmente transmissíveis”, pela Dra. Ana Carla Marques: “Enquanto profissional da saúde, tenho que perceber os riscos de adquirir uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível) e fazer com que a pessoa perceba isso. A prevenção não envolve apenas a realização de testes, mas um tratamento precoce e a utilização de preservativos. A gente acha que todos os usuários sabem das coisas, mas não posso me cansar de informar.” De acordo com ela, na consulta é preciso invadir a privacidade do paciente de maneira leve, sem julgamentos e respeitando os limites dele, pois alguns têm dificuldade para relatar o que lhe incomoda.

A questão da remuneração e valorização profissional foi citada na palestra “Enfermagem com valor: qual o preço da sua assistência?” pelo Enfermeiro Me. Braz Milanez. Ele disse que os enfermeiros demoraram muito para entender que a Enfermagem tem um valor, um preço, e que eles devem parar de fazer as coisas de graça. Verificar pressão arterial, os sinais vitais, administrar medicamentos. Tudo que é feito como procedimento possui uma tabela, principalmente porque foi aprovada a PL 2564/2020 (Projeto de Lei) que institui piso salarial para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiras. Isso vai impactar os planos de saúde. Os enfermeiros têm que se apropriar de práticas como curativo e cobertura, senão outras profissões podem fazer isso. Hoje, por exemplo, manobras respiratórias são feitas pela fisioterapia. Uma profissão valorizada vai aumentar o número de profissionais, frisou.

As infecções que se relacionam com assistência à saúde foi o assunto da Dra. Edileuza Moura. Ela citou que isso é um grave problema de saúde pública e repercute na segurança do paciente. Os enfermeiros reconhecem que são profissionais que se expõem a riscos ocupacionais por agentes biológicos e devem se proteger. Para Edileuza, é preciso conquistar profissionais para combater as infecções e o ideal seria que eles participassem da elaboração de protocolos. Ela informa que tratar alguém infectado aumenta em 50% o custo do procedimento.

                                                                     

A questão de encerramento foi “Produção científica da enfermagem: importância e respaldo na prática do cuidado”, apresentada pela enfermeira Me. Kelvia Lopes: “A Academia é o primeiro passo para a produção científica. Enquanto ciência, a Enfermagem ganhou um olhar diferenciado, e essa semana propôs isso: discutir ciência. Ela é proativa e a maioria das pesquisas volta-se para o assistencialismo.” A coordenadora achou satisfatório o resultado da Semana de Enfermagem:”O corpo discente participou com rigor científico, levando em consideração os campos de atuação da Enfermagem, onde produzir ciência é importante. Tivemos o incentivo às práticas da extensão e produções científicas em prol da nossa profissão, do que a Enfermagem pode proporcionar de benefícios para toda a sociedade”, finalizou.

O acadêmico William de Sousa, do 5º período do Curso de Enfermagem da UEMA, opinou sobre as atividades: “Gostaria que mais acadêmicos tivessem participado, mas valeu a pena. Adorei os temas, as palestras, o ambiente, a organização. A temática desse ano, o protagonismo da Enfermagem, é muito importante e é necessário refletirmos sobre ela”.

Os minicursos realizados foram: “Hemorragia e imobilização”; “Métodos não farmacológicos utilizados para alívio da dor durante o trabalho de parto”; “Consulta ginecológica de enfermagem e coleta de exame de Papanicolau”; “Cicatrização de feridas e os fatores que interferem no processo”.

Por: Emanuel Pereira



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