EDUEMA e Editora Cancioneiro lançam coletânea que marca os 90 anos da estreia de Jorge Amado na literatura


Por em 22 de novembro de 2022



A Editora da Universidade Estadual do Maranhão (EDUEMA) e a Editora Cancioneiro lançam nesta semana a coletânea Itinerários 90 anos de literatura amadiana: navegações pela vida e obra do escritor, organizada pelo professor Drº Douglas de Sousa, da UEMA, sobre a obra de Jorge Amado (1912-2001). A coletânea marca os 90 anos da publicação do primeiro romance do escritor baiano, O país do carnaval, comemorados em 2021, e está disponível em versão impressa e em e-book.

São ao todo 20 artigos, assinados por pesquisadores brasileiros e estrangeiros, que abordam, do ponto de vista crítico, diversos aspectos da obra amadiana, composta por 49 livros, traduzidos e editados em 55 países. A coletânea também traz textos dedicados à biografia de Jorge Amado e relatos sobre a experiência de leitura dos romances do escritor.

“Não há um brasileiro ou brasileira que não saiba citar um personagem ou enredo de seu universo ficcional. Não só pelo fato de ser o autor mais adaptado às outras mídias, mas porque seus personagens são também os mais irreverentes, impetuosos e de destinos que fogem do tradicional”, afirma Douglas de Sousa na apresentação do livro.

Para o organizador, o lançamento de O país do carnaval, em 1931, marca não só a estreia do escritor baiano na cena literária brasileira, mas também o início de um projeto estético e de um projeto de vida. “Amado percorre todo o século XX, deixa sua marca, instaura uma nova ordem no cenário mundial das letras, leva a língua portuguesa para os lugares mais distantes e influencia, com suas obras, países recentes no processo colonizatório”, explica.

Entre os artigos publicados na coletânea, está “História e revolução brasileira no romance Seara Vermelha”, no qual Edvaldo Bergamo, professor da Universidade de Brasília (UnB), identifica pressupostos estéticos e ideológicos dos anos 30. Para Bergamo, Seara Vermelha é uma obra filiada ao realismo histórico, que elabora questões fortemente presentes no país na primeira metade do século XX, como latifúndio e disputa pela terra e imigração nordestina decorrente da pobreza.

Em “O Jorge Amado que lerei para sempre”, o pesquisador canadense Michel Peterson relembra seu primeiro contato, ainda jovem, com a obra do escritor que, “num país do Norte, um país frio”, o fazia sonhar com “miragens folclóricas”. Psicanalista e professor de literatura comparada, Peterson conta que, somente mais tarde, foi perceber que a obra do escritor baiano não era apenas um fenômeno literário, mas um fenômeno sociocultural. Para ele, a literatura de Jorge Amado anuncia, desde seus primeiros livros, “a brutalidade do Progresso Infinito que tomou conta do mundo; ele é um daqueles que, em Tieta do Agreste, por exemplo, expressam a urgência ecológica e muitas outras que enfrentamos hoje”, avalia Peterson.

Já Rita de Cássia Evangelista dos Santos, do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia, e Valéria Cristina Pereira da Silva, da Universidade Federal de Goiás (UFG), buscam em “O imaginário da cidade na Bahia-de-Todos-os-Santos: guia de ruas e mistérios de Jorge Amado”, compreender a narrativa amadiana como um importante elemento do imaginário da cidade de Salvador.

Na coletânea, o leitor vai encontrar ainda artigos que abordam questões como a relação da obra de Amado com cinema, o universo feminino criado pelo escritor baiano e a vinculação de alguns de seus romances com o realismo maravilhoso, entre outras.

Ficha técnica

Itinerários 90 anos de literatura amadiana: navegações pela vida e obra do escritor (2022)

Editora da Universidade Estadual do Maranhão (EDUEMA) e a Editora Cancioneiro

Organização: Douglas de Sousa

428 páginas

Onde adquirir: https://www.editoracancioneiro.com.br/product-page/itiner%C3%A1rio-90-anos-de-literatura-amadiana-navega%C3%A7%C3%B5es-pela-vida-e-obra



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