Curso de História do Campus Caxias realiza evento em homenagem ao Dia do Historiador


Por em 25 de agosto de 2023



                                                   

Na segunda, dia 21 de agosto, foi realizado um evento no Auditório Leôncio Magno e algumas salas do Campus Caxias voltado ao Dia do Historiador (19 de agosto). Também houve a 1ª mostra de Produção e Elaboração de Materiais Didáticos Para o Ensino de História. Alunos do Ensino Médio estiveram presentes.

O Prof. Dr. Jakson Ribeiro, Diretor do Curso de História, falou: “O primeiro objetivo deste evento é valorizar o papel do historiador e do professor de História no espaço escolar. Outra finalidade é mostrar para a comunidade em geral, principalmente a estudantil, quais as funções e possibilidades que um professor de História tem hoje”, explicou.

Segundo o professor, além de dimensionar uma reflexão crítica sobre as questões sociais, a intenção das atividades foi organizar uma mostra onde se pudesse alinhar o papel do historiador, do professor de História e, principalmente, das coisas que são feitas no cotidiano do curso. Ele destaca ainda a relevância da disciplina de História na Educação Básica.

Pela manhã ocorreu uma palestra feita por Gerhard Berg Araújo Oliveira, mestrando em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da UEMA (PPGHIST/UEMA). Ele é colaborador do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias, Bacharel em Direito pela UniFacema, professor da rede privada de ensino, e atua no Ministério Público Estadual – Promotoria de Justiça de Caxias.

                                                     

O tema de sua fala foi: ”Em livros de histórias seremos a memória dos dias que virão?”- a história e os historiadores na contemporaneidade

As atividades tiveram continuidade à tarde, com a palestra “Reflexões sobre o Ofício do Historiador: dilemas e desafios contemporâneos”, proferida por Maykon Albuquerque Lacerda, Prof. Mestrando em História, Ensino e Narrativas.

O professor Maykon falou: “Em 2020 tivemos um avanço na regulamentação do historiador como profissional no Brasil. Mas diante da realidade regional e local, estamos encontrando desafios. Quando perguntamos o que é História ainda se usa na Educação Básica o termo “matéria escolar”. O termo recente proposto pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular) é “componente curricular”.  Pensando em curso superior, na condição de licenciando em História, na formação de professor, temos que pensar a nossa prática e a forma de lidar com os desafios. A História é uma ciência. O historiador, o pesquisador, é um cientista. Na condição de cientista, o pesquisador também é um professor. A tradição escolar conservadora criou uma separação entre o historiador professor e historiador pesquisador”, destacou.

                                                           

 De acordo com ele, para os historiadores, o pesquisador se encontra no espaço acadêmico e o espaço do professor é a Educação Básica. Isso foi desconstruído, pois na Educação Básica também ocorre construção de conhecimento e o ensino de História no Brasil é um campo consolidado. Sobre fontes, muitos historiadores tradicionais trabalhavam com fontes primárias e secundárias e isso também foi desconstruído, pois elas não podem ser hierarquizadas. Uma fonte documental não pode ser considerada melhor que uma oral.

Ele prosseguiu: “O ofício do historiador consiste em fazer recortes históricos. O que caracteriza a profissão são as delimitações. Ele precisa fazer seleções que acabam se tornando sua identidade constituída nas práticas. A questão temporal é muito ampla; cada escola historiográfica trabalha o tempo de forma diferente. Sobre o papel da História atualmente, fala-se na História Pública. Por exemplo, questiona-se por que muitos alunos da Educação Básica assistem vídeos sobre História no youtube feitos por pessoas que não são formadas em História.  Eduardo Bueno e Laurentino Gomes não são historiadores. Graças a uma ação mercadológica escreveram livros de sucesso sobre História”, exemplificou.

“Durante muitos anos os historiadores foram vistos como chatos porque, ao longo das pesquisas, produziram para seus pares. Surge a dificuldade de fazer essas produções chegarem até a sociedade. Esse é um grande problema atualmente: formar uma consciência histórica no Brasil”, acrescentou.

Entre os desafios citados pelo palestrante podemos citar: embate entre revisionismo histórico e revisionismo ideológico; produção, circulação e consumo de fake news; reformas curriculares e propostas de políticas públicas neoliberais excludentes e prejudiciais; ausência de uma formação, consciência e educação histórica efetiva; ampliação da relação entre ensino, pesquisa e extens

“O conhecimento histórico possui forma e função. Todo sujeito histórico tem uma maneira de difundir a história. A formação histórica se dá no cotidiano das pessoas, pois fazemos escolhas o tempo todo Na aprendizagem escolar o historiador converte conhecimento acadêmico em conhecimento escolar. Nossas produções e falas impactam a sociedade; uma pesquisa bem costurada vai para fora dos muros da universidade”, finalizou.

Após a palestra, houve sorteio de livros, visita a salas de jogos, exibição de documentários e distribuição de lanche.

 Por: Emanuel Pereira



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