Projeto de Pesquisa da Uema em parceria com universidades brasileiras pode melhorar a vida de comunidades no Maranhão e no Pará


Por em 12 de setembro de 2023



Um Projeto de Pesquisa e Extensão, coordenado pelo professor Itaan Santos, da Universidade Estadual do Maranhão – Uema, realizado em parceria com as Universidades Federal do Pará – UFPA, Federal de Santa Catarina – UFSC e com a Universidade Estadual de Maringá – UEM pode mudar o perfil político e econômico de comunidades nos territórios Campos e Lagos do Estado do Maranhão e na Ilha de Marajó, no Pará.

Iniciada em agosto deste ano, a pesquisa, que tem duração de 3 anos, se estenderá até agosto de 2026, e, visa, entre outras coisas, identificar os pontos fracos das comunidades no que diz respeito às atividades econômicas desenvolvidas em áreas territoriais, mas não surtem efeito de melhorias pujantes na vida dessas pessoas.

No Maranhão, são 15 municípios alcançados: Arari, Vitória do Mearim, Cajarí, Viana, Penalva, Matinha, Olinda Nova, São João Batista, São Vicente de Ferrer, São Bento, Bacurituba, Pedro do Rosário, Bequimão, Cajapió e Palmeirândia.

Com o apoio de alunos da graduação, da pós-graduação e técnicos do LABEX, o professor Itaan relata que os estudos, que estão baseados no Edital Amazônia +10, está relacionado a uma metodologia chamada Cesta de Bens e Serviços Territoriais – CBST, cuja fundamentação é identificar nas comunidades tradicionais e nos assentamentos de reforma agrária do Maranhão, em especial nos territórios dos Campos e Lagos, aquelas atividades que são desenvolvidas historicamente pelos agricultores, pescadores, quebradeiras de coco, ribeirinhos, indígenas e por quilombolas, com grandes potenciais para o empreendedorismo, retorno econômico, social e ambiental, mas que ao longo da história não tiveram êxitos por falta de apoio.

“Nossa ideia com a pesquisa é identificar essas atividades dentro desses municípios e apontar qual delas tem maior potencial de se transformar em ativo. Após isso, vamos sistematizar as informações e trabalhar com os projetos para disponibilizá-los ao poder público e privado, que farão a transformação dos produtos em potenciais negócios rentáveis, bem como investimentos em políticas de desenvolvimento e capacitação dos agentes locais”, disse Itaan.

Na opinião do professor, o projeto reforçará uma rede de cooperação entre pesquisadores, estudantes e atores territoriais do Pará, do Maranhão, de Santa Catarina e do Paraná, além de estabelecer uma importante parceria internacional com organismos franceses. “Essa cooperação se dará por meio das seguintes etapas metodológicas: alinhamento teórico, co-construção de instrumentos metodológicos, diagnóstico, visitas técnicas, edificação de comunidades de prática; e análise de dados e elaboração do plano de divulgação científica”, relata o pesquisador.

Como resultado, o professor aponta, ainda, que os estudos almejam aprimorar o enfoque teórico-metodológico da CBST, considerando as condições socioeconômicas da Amazônia, inventariar produtos e serviços territoriais específicos e atores envolvidos na governança territorial no Pará e no Maranhão, analisar legislações que normatizam as agroindústrias familiares e o turismo rural, promover intercâmbios técnico-científicos entre pesquisadores, associações civis, empresas privadas e órgãos públicos e organizar uma Escola de Verão e das Águas para formação de agentes de desenvolvimento rural baseada na abordagem da CBST.

Ele conclui informando que ao longo do projeto haverá a elaboração de 5 dissertações de mestrado, 3 teses de doutorado e 8 trabalhos de conclusão de curso de graduação, além de sete apresentações de trabalhos em eventos científicos, seis artigos submetidos em periódicos qualificados nacionais e internacionais e um livro.

 

Por Alcindo Barros

Fotos: Do Pesquisador



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