Pesquisadora da Uema é destaque na Revista da FAPESP por estudo sobre répteis ameaçados pela mudança climática


Por em 22 de março de 2024



                             

Um estudo liderado por pesquisadores brasileiros revela uma realidade alarmante para os répteis que habitam solos arenosos em regiões áridas. Contrariando suposições anteriores, o aumento das temperaturas previsto para as próximas décadas pode representar uma ameaça significativa para essas espécies, colocando algumas delas à beira da extinção.

Publicado recentemente no Journal of Arid Environments, o estudo ganhou destaque na comunidade científica e foi destacado na Revista da FAPESP. A pesquisa, conduzida por Júlia Oliveira durante seu mestrado na Universidade Estadual do Maranhão (Uema), sob a orientação da pesquisadora Thaís Guedes, aborda a biogeografia e a conservação de répteis adaptados a solos arenosos.

O estudo integra o projeto “Evolução e biogeografia da herpetofauna: padrões, processos e implicações para a conservação em cenário de mudanças ambientais e climáticas”, coordenado por Thaís Guedes, pesquisadora sênior do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade, Ambiente e Saúde da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) Campus Caxias, professora do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp) e orientadora de Júlia Oliveira.

Contrariando a crença anterior de que essas espécies se beneficiariam com o aumento das temperaturas, a pesquisa aponta que as mudanças climáticas representam uma ameaça significativa para sua sobrevivência. Com base em dados de ocorrência de dez espécies de lagartos e serpentes adaptadas a esses ambientes, o estudo revela que o aumento das temperaturas pode levar à extinção de algumas espécies e à redução ou deslocamento de áreas adequadas para outras.

“Observamos que as mudanças climáticas vão alterar a distribuição geográfica dos répteis e provocar a extinção de algumas espécies, o oposto do que se pensava”, resume Júlia Oliveira.

As espécies estudadas possuem adaptações específicas para sobreviver em solos arenosos, como patas reduzidas ou ausentes e olhos reduzidos. Portanto, a disponibilidade de áreas adequadas para sua sobrevivência depende não apenas das condições climáticas, mas também das características do solo.

Para os pesquisadores, os resultados são preocupantes, especialmente porque a ameaça representada pelas mudanças climáticas tem sido negligenciada para os répteis que vivem enterrados em solo arenoso.

Diante desse cenário, os pesquisadores defendem a ampliação de unidades de conservação de proteção integral adequadas a esse grupo de animais e ressaltam a importância de ações urgentes para mitigar os impactos das mudanças climáticas sobre a biodiversidade.

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Por: Karla Almeida



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