Proetnos realiza encontros e discute diversidade étnica e lutas sociais no Maranhão


Por em 18 de julho de 2025



                                                             

Com o objetivo de construir espaços de debates sobre novas propostas educacionais antirracistas e descoloniais sob a égide da interculturalidade e visões de mundo, a Universidade Estadual do Maranhão (Uema), realizou, na tarde dessa quinta-feira, 17, no auditório do Curso de Ciências Biológicas – Campus Paulo VI -, a abertura do 4º Encontro Acadêmico, Político e Cultural do Programa de Formação Docente para a Diversidade Étnica no Maranhão (Proetnos) e o 11º Encontro em Lutas Sociais, Igualdade e Diversidade.

O encontro, que segue até o próximo sábado, 19, com o tema “Mundos Outros: lutas sociais e processos formativos para histórias insurgentes”, contou com a palestra da professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Edinéia Tavares Lopes, que repercutiu o tema central, enfatizando os valores da formação para as gerações futuras, mas a programação teve início mesmo, com o acolhimento dos participantes em um café da manhã no Centro de Treinamento Oásis, onde o restante da programação vai acontecer.

                                                             

Durante o evento, pesquisadores de diversas universidades renomadas de todo o Brasil, terão participações importantes no encontro, assim como de lideranças indígenas e quilombolas, que enriquecerão o debate com o compartilhamento de experiências, pesquisas e outros olhares nas discussões realizadas, além de possibilitar a aproximação entre docentes, discentes, diversos grupos de pesquisa, convidados e movimentos sociais, o que qualifica a produção acadêmica no Estado.

Por ocasião da sua fala, o reitor Walter Canales parabenizou os estudantes que escolheram a Uema para realizar o sonho de fazer um curso de formação superior. “Vocês que estão aqui, sintam-se alunos da Universidade Estadual do Maranhão, nos orgulham saber que estudam na Uema. Vocês são importantes e souberam escolher seu espaço. Vocês fazem a diferença, tratam bem a terra, e reconhecem o valor da natureza”, disse o professor, num tom de motivação.

                                                             

O vice-reitor Paulo Catunda enfatizou que este é um encontro acadêmico, político e cultural do Proetnos, e tem por finalidade construir espaços de debates e novas propostas educacionais antirracista e descoloniais, associado a excelentes discussões dentro da universidade, que enriquecem e compartilham experiências, encontrando, assim, soluções para que essas comunidades sejam mais reconhecidas no Maranhão e no Brasil.

Esta edição do encontro, enquanto evento acadêmico, político e cultural, segundo a professora Marivânia Furtado, coordenadora geral do Proetnos, está inserido no processo formativo dos cursos que compõem o programa que são as licenciaturas Interculturais Indígenas, em Educação Quilombora e em Educação do Campo. “A cada ano os cursistas saem dos seus territórios, dos campos onde acontecem os cursos e se deslocam para o Campus Paulo VI para compartilharem experiências e conhecimentos, o que acrescenta nesse processo de formação para uma educação antirracista que entenda a pluralidade e que garanta a inclusão dos povos das comunidades tradicionais”, destaca a coordenadora.

                                                             

Já o aluno Helton Moraes, que já é professor em seu município, enalteceu o Proetnos, enfatizando a sua importância no sentido de oferecer uma rica oportunidade de melhorar seus conteúdos. “O Proetnos juntamente com a Licenciatura em Educação Quilombola (LIEQ), que é o nosso curso, são uma oportunidade grandiosa e inexplicável, porque está transformando nossas realidades na área da educação”, repercute Helton.

O Programa de Formação Docente para a Diversidade Étnica, visa formar e qualificar quilombolas e indígenas no Maranhão, por meio de licenciaturas específicas e diferenciadas,  para atuarem nas escolas de seus territórios.  O Proetnos foi iniciado em 2016, com a experiência pioneira da primeira turma de Licenciatura Intercultural para a Educação Básica Indígena no Maranhão e surgiu em resposta à demanda histórica dos povos tradicionais por uma educação inclusiva e plural. Por meio do Proetnos, a Uema tem estabelecido novos relacionamentos entre os saberes e historicidades dos povos e comunidades tradicionais e o conhecimento ocidental, visando reverter um processo histórico assimétrico que exige reparações.

                                                             

O Proetnos já formou 60 alunos indígenas das etnias Krikati, Gavião, Canela e Guajajara, egressos da primeira turma e curso da Licenciatura Intercultural para a Educação Básica Indígena. Atualmente, o programa está formando, em oito municípios, 261 estudantes, distribuídos em nove turmas: 117 alunos nas Licenciaturas Interculturais para a Educação Básica Indígena-LIEBI/Aldeia Januária (Bom Jardim, Barra do Corda, Grajaú e Santa Inês); 115 alunos na turmas de Licenciatura em Educação Quilombola-LIEQ (Itapecuru-Mirim); Comunidade Oitiua (Alcântara e São Bento); e 29 alunos na Licenciatura em Educação do Campo-LEDOC (São Luís).

Por Alcindo Barros

Fotografias: Rafael Carvalho



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