Uema desenvolve projeto pioneiro de ressocialização com criação de abelhas sem ferrão no presídio de Bacabal
Por Assessoria de Comunicação Institucional em 8 de outubro de 2025
A Universidade Estadual do Maranhão (Uema) iniciou um projeto inovador de extensão que une sustentabilidade e inclusão social: “Meliponicultura como Estratégia de Ressocialização para Pessoas Privadas de Liberdade na Unidade Prisional de Bacabal”. A iniciativa é coordenada pela Profa. Dra. Lígia Tchaicka, do Campus Paulo VI (São Luís), e integra ações em parceria com os laboratórios de Biodiversidade Molecular e Biologia Molecular Warwick Kerr.
O projeto tem como objetivo implantar colmeias de abelhas nativas sem ferrão dentro da unidade prisional de Bacabal, promovendo a formação dos custodiados na meliponicultura, atividade que envolve o manejo e a produção de mel, pólen e própolis a partir dessas abelhas.
De acordo com a coordenadora, Profa. Lígia Tchaicka, o trabalho busca unir capacitação técnica, educação ambiental e cidadania: “O objetivo do projeto é trabalhar a ressocialização das pessoas que estão cumprindo pena no presídio de Bacabal, através da formação para atuar na meliponicultura, que é a criação de abelhas sem ferrão. Nós estamos implantando cinco colmeias dentro da unidade prisional. Lá eles vão aprender a multiplicar as colmeias, retirar o mel e fazer todo o manejo. Também estamos levantando que abelhas nativas existem ao redor, que possam ser usadas na produção. Após essa primeira fase, vamos produzir colmeias e mudas para compartilhar com as comunidades quilombolas vizinhas, promovendo um diálogo entre os moradores e a equipe da unidade prisional. É uma iniciativa pioneira no Brasil, pois não encontramos registros de produção de mel em unidades prisionais com esse modelo. Esse trabalho formativo é fruto da Uema e dos laboratórios parceiros.”
O projeto envolve uma equipe multidisciplinar composta por docentes, pesquisadores e discentes da Uema e de outras instituições. Participam da ação: Bruna Lages Veloso, Albeane Guimarães Silva Almeida, Gabriel Garcez, Luís Guilherme Botelho Lemos, Josilene Costa Nogueira, Laís Samira Vieira Barbosa, Cássia Regina da Silva Galvão, Selma Patrícia Diniz Cantanhede e o policial penal Paulo Maurício da Silva Santana, da Unidade Prisional de Bacabal, que oferece apoio técnico local.
A proposta beneficia diretamente cerca de 15 custodiados em regime semiaberto, e indiretamente mais de 500 pessoas, incluindo outros internos e comunidades quilombolas do entorno. Além de ensinar técnicas de manejo, o projeto incentiva valores como disciplina, responsabilidade, paciência e respeito à vida, ao mesmo tempo em que proporciona uma vivência prática de educação ambiental e cidadania.
O trabalho também dialoga com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, como Educação de Qualidade (ODS 4), Trabalho Decente e Crescimento Econômico (ODS 8), Vida Terrestre (ODS 15) e Paz, Justiça e Instituições Eficazes (ODS 16).
Além do impacto social e ambiental, a iniciativa contribui para a formação acadêmica dos alunos extensionistas, que vivenciam um processo de aprendizagem interdisciplinar e humana, aplicando o conhecimento científico em um contexto real e transformador.
Segundo a Profa. Lígia Tchaicka, a meliponicultura é uma oportunidade de reconstrução de vidas e de promoção da dignidade, sendo um exemplo de como a universidade pública pode atuar de forma concreta na transformação social e na preservação ambiental.
Por: Karla Álmeida



