Campus Bacabal promove roda de conversa com comunidade ribeirinha no Sindicato dos Pescadores


Por em 2 de dezembro de 2025



O Campus Bacabal da Universidade Estadual do Maranhão realizou, na tarde do dia 27 de novembro, uma roda de conversa no Sindicato dos Pescadores de Bacabal, localizado na comunidade ribeirinha do bairro Trizidela. A atividade integrou a disciplina Humanidades, Ciências Sociais e Cidadania em Engenharia, ministrada pelo Prof. Me. Filipe Cunha, do curso de Engenharia Civil.

A ação teve como objetivo aproximar os acadêmicos das realidades locais, destacando a importância do diálogo participativo com comunidades tradicionais, detentoras de saberes essenciais para a prática de uma engenharia humanizada e comprometida com a cidadania dos diferentes grupos sociais.

A proposta surgiu a partir das discussões realizadas em sala de aula, que orientaram os estudantes a vivenciarem espaços onde os saberes locais, muitas vezes distantes dos modelos teóricos, revelam sua relevância para o planejamento e a atuação profissional.

De acordo com o professor Filipe Cunha, essa é a segunda vivência prática da disciplina fora do ambiente acadêmico. Ele explica que iniciativas como essa deslocam a formação dos futuros engenheiros de um currículo restrito aos cálculos e aos instrumentais das ciências exatas, ampliando sua compreensão sobre o papel social e ambiental da profissão.

“Esta atividade desloca a formação dos futuros engenheiros e engenheiras de um currículo rigidamente atrelado às ciências exatas para uma percepção profissional urgente: a formação de profissionais comprometidos com planejamentos responsáveis do ponto de vista ambiental, social e principalmente com grupos historicamente vulnerabilizados.”, afirmou o docente.

A roda de conversa, intitulada “Os saberes da pesca: interconexões entre a engenharia, as comunidades ribeirinhas e as novas transformações sobre o Rio Mearim”, contou com a participação de antigos pescadores do bairro Trizidela, comunidade historicamente responsável pelo desenvolvimento da cidade. Eles compartilharam relatos sobre intervenções de infraestrutura realizadas pelo Estado e os impactos dessas ações em suas práticas tradicionais.

O encontro reforçou, entre os estudantes, a importância da elaboração de projetos e intervenções que valorizem a escuta e a participação das comunidades diretamente afetadas. Segundo o professor Filipe, essa dimensão prática tem sido fortalecida no curso de Engenharia do CESB, contribuindo para a formação de profissionais mais comprometidos com o desenvolvimento sustentável.

Para os acadêmicos, a visita foi um momento marcante. O aluno Josenil de Castro Soares, do curso de Engenharia Civil, destacou a relevância da experiência para sua formação: “Ouvir os relatos dos pescadores e conhecer a história do Rio Mearim pelos olhos de quem vive ali há décadas me fez perceber como a cidade mudou e como o rio influenciou a vida das pessoas”.

Ele comentou ainda sobre os relatos relacionados ao antigo tráfego de embarcações, à construção da ponte sobre o Rio Mearim em 1957 e aos impactos das secas e do assoreamento na pesca local. Também chamou atenção para os desafios atuais apresentados pela presidente do Sindicato, Claudilene, como a presença de metais pesados e espécies predatórias no rio.

“Percebi como o conhecimento dos pescadores completa aquilo que aprendemos na engenharia. Saí da visita entendendo melhor a importância de planejar construções de forma mais sustentável e respeitando quem depende diretamente do rio”.

Por: Paula Lima



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