Sarau “Ecos da Ancestralidade” celebra cultura afro-brasileira em Barreirinhas


Por em 10 de dezembro de 2025



O curso de Pedagogia do Polo Barreirinhas, realizou a culminância da disciplina História e Cultura Afro-Brasileira com o Sarau “Ecos da Ancestralidade”, sob coordenação da professora Ednalva Lima. O evento celebrou não apenas a grandiosidade da história afro-brasileira, mas também suas lutas, expressões culturais e espiritualidades, reunindo música, dança, literatura, religião e culinária em uma noite marcada por emoção, identidade e resistência.

A programação envolveu apresentações diversificadas que encantaram o público e oportunizaram vivências profundas sobre os traços culturais afro-brasileiros. A comunidade local também esteve presente, contribuindo de forma brilhante para a construção coletiva do evento.

Entre os momentos mais aplaudidos, destacou-se a apresentação do aluno Alisson, que, com seu gingado na capoeira, mostrou a força e a beleza dessa manifestação que é, ao mesmo tempo, arte marcial, dança e música. O público vibrou com a energia transmitida, reconhecendo a capoeira como símbolo de resistência e ancestralidade.

No campo da espiritualidade, o Zelador Francisco de Iansã — Francisco Santos Gomes, do Terreiro Casa de Axé Cabocla Mariana — trouxe uma fala potente sobre sabedoria ancestral, valores e a importância das religiões de matriz africana. Ele reforçou a necessidade do respeito e do diálogo inter-religioso, emocionando os presentes.

A música e a dança também marcaram a noite. A apresentação do Carimbó levou o público ao Pará, celebrando a cultura afro-indígena com cores, cadência e ritmo marcante. A performance evidenciou a riqueza da miscigenação brasileira e arrancou aplausos entusiasmados.

A literatura ganhou voz com o poeta e aluno do curso de História, Israel Diniz, que emocionou o público ao apresentar sua poesia de “escrevivência”. Em “Biblioteca Vaga-lume”, o autor narra seu trabalho com crianças no enfrentamento ao racismo e ao preconceito, incentivando-as a ocupar um lugar de fala historicamente negado.

Outro ponto alto foi a experiência sensorial proporcionada pela culinária afro-brasileira. As alunas apresentaram a história dos alimentos e ofereceram degustação de pratos típicos, destacando o papel do alimento na identidade e no convívio social.

Para a professora Ednalva Lima, ver o Sarau “Ecos da Ancestralidade” ganhar vida foi motivo de orgulho. “A demonstração de capoeira, a fala do Zelador de Santo e o Carimbó são aulas vivas que reforçam o ensinado. O sarau é uma ferramenta poderosa para implementação da Lei 10.639/03. Ao conectar capoeira, literatura, culinária, espiritualidade e música, ensinamos de forma integral. Saio com a esperança renovada”, destacou.

A aluna Adriana Sousa Viana também celebrou a experiência. “Foi um momento de grande aprendizado e valorização das vozes que, por tanto tempo, foram silenciadas, mas que hoje ecoam com força, poesia e resistência. Que possamos continuar celebrando nossas raízes, reconhecendo nossos ancestrais e fortalecendo a representatividade da literatura afro-brasileira”, afirmou.

O Sarau “Ecos da Ancestralidade” reafirmou a importância da educação como espaço de memória, reconhecimento e valorização da identidade negra, deixando uma marca profunda em todos os participantes.

Por: Paula Lima/Programa Ensinar



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