Alunos de Ciências Sociais do Programa Ensinar realizam trabalho de campo sobre dinâmicas rurais no Polo Colinas
Por Assessoria de Comunicação Institucional em 14 de novembro de 2025
Alunos do 7º período do curso de Ciências Sociais do Polo de Colinas, orientados pelo Prof. Me. Filipe Cunha, realizaram um trabalho de campo no Projeto de Assentamento Campo Alegre, na zona rural do município. A atividade marcou a culminância da disciplina Sociologia Rural e teve como objetivo aproximar os alunos das realidades, práticas e desafios vivenciados pelas famílias camponesas.
A atividade surgiu das próprias relações sociais estabelecidas pela turma, em colaboração com a coordenação do polo, já que um dos estudantes é morador da comunidade visitada. Essa aproximação permitiu que o trabalho de campo fosse construído de forma sensível, colaborativa e contextualizada com o território.
Durante as aulas teóricas iniciais, os estudantes se debruçaram sobre os conceitos ligados ao campesinato e às transformações econômicas contemporâneas, especialmente no contexto maranhense. No campo, puderam observar como esses fenômenos se materializam no cotidiano das famílias do assentamento.
No P.A. Campo Alegre, a turma participou de uma roda de conversa realizada na unidade familiar de Lindomar e Maria do Carmo, casal de camponeses que vive há mais de quarenta anos na área, resultado de um processo de reforma agrária. A partir desse diálogo, seguido de uma visita guiada, os alunos conheceram de perto as formas de produção camponesa, a religiosidade, as estratégias de reprodução social e as resistências diante das mudanças trazidas pela primarização da economia e pelo mercado global de commodities.
O Prof. Me. Filipe Cunha destacou o caráter formativo da experiência. “O trabalho de campo no P.A. Campo Alegre foi realizado após um conjunto de discussões desenvolvidas nos dois primeiros encontros, nos quais os alunos se apropriaram de teorias sobre o campesinato, articulando essa dinâmica de vida específica aos diferentes processos estabelecidos no Brasil e, em especial, no Maranhão. Concentrando a atenção nos processos contemporâneos de primarização da economia, por meio do mercado global de commodities, que têm alterado as dinâmicas no campo, inclusive em Colinas, a turma realizou uma roda de conversa na unidade familiar de Lindomar e Maria do Carmo, casal de camponeses que vive há mais de quarenta anos na área da antiga fazenda que foi objeto de reforma agrária. A partir desse momento, os alunos se aproximaram, por meio de perguntas e de uma visita guiada, das formas de viver e de fazer a economia camponesa, a religiosidade, as formas de reprodução social e as estratégias de resistência diante dos desafios de viver no campo. Foi uma atividade que se relacionou com as novas preocupações da Sociologia Rural e que fortalece o processo formativo dos futuros professores, incorporando as dinâmicas locais em seus repertórios de reflexões sociológicas”, disse ele.
A estudante Alessandra Cavalcante ressaltou a riqueza do encontro e o impacto da vivência na formação da turma. “Essa visita às terras do assentamento foi muito boa e significativa para todos nós, pois tivemos a oportunidade de conhecer o senhor Lindomar e sua esposa, dona Maria, que nos receberam com muito carinho, simplicidade e simpatia. Durante a visita, pudemos aprender o quanto é importante estar perto, ouvir e observar a história e a vida dessas pessoas. Percebemos o valor que a terra tem para eles e como cada conquista foi resultado de muita força e luta ao longo do tempo. Enquanto o senhor Lindomar contava sobre sua vida, deu para perceber pelos seus olhos e pelo modo firme de falar toda a verdade e emoção nas suas palavras. Foi um momento muito bonito, porque dava para sentir o amor e o orgulho dele pela história e pela terra onde vive com sua família. Mesmo sem muito suporte do Estado, ele demonstrou orgulho por viver e sustentar sua família naquele lugar. Foi um momento muito rico, que nos fez entender de perto como é a vida das famílias do campo e o quanto valorizam o lugar onde vivem”, destacou.
Por: Paula Lima/Programa Ensinar
