VI Seminário “Memórias de Caxias” é realizado no Campus Caxias


Por em 7 de novembro de 2019



IMG_2076Aconteceu nos dias 6 e 7/11 no Campus Caxias, o VI Seminário “Memórias de Caxias”. Ele foi articulado em três eixos temáticos: História, Memória e Patrimônio. Minicursos, sessões de comunicação, oficinas, palestras, mesas redondas, exposição de pôsters e lançamentos de livros constaram da programação. O evento foi organizado pelas professoras Salânia Melo, Joana Batista e Denize Salazar. Elas integram o Grupo de Pesquisas “Histórias do Maranhão”, do Curso de História da UEMA Caxias e tiveram receberam colaboração dos acadêmicos do curso.

Na palestra de abertura, a Profa. Dra. Betânia Costa, que desenvolve atividades no  Memorial da Balaiada, em Caxias, tratou do tema “Fontes Históricas e a Investigação Histórica como Espaço de Criação: Um Olhar Sobre as ‘Liberdades Sertanias’ no Maranhão”.  Ela falou do percurso acadêmico que fez ao longo de seu mestrado e doutorado, que trataram da Balaiada.

A professora Denise Salazar falou sobre o VI Encontro: “Ele contempla o serviço de mostrar Caxias em seus vários aspectos. Já trabalhamos educação, religiosidade. Em 2019 elencamos Memória, História e Patrimônio, trazendo os mais variados autores para discutir com nossos alunos e professores um pouco do que está sendo estudado no cenário nacional na área de História. Eles passam a ter um leque de possibilidades de estudos”.

Uma exposição de fotos intitulada “Um emaranhado de festas: expressões da religiosidade popular em Caxias-Ma” mostrou momentos do catolicismo popular e de religiões de matriz africana. As fotos resultaram de uma pesquisa de campo feita na Tenda Espírita de Santa Bárbara, situada no bairro Cangalheiro. O trabalho foi feito pelo Grupo de Pesquisa e Documentação em História Social e Política do Maranhão, orientado pelo Prof. Dr. Eloy Barbosa de Abreu.

À noite o Prof. Dr. Felipe Ribeiro (UESPI – Universidade Estadual do Piauí), palestrou sobre “Fábricas Têxteis e Memórias Operárias”. Ele disse: ”Encontrei colegas que pesquisavam sobre têxteis e surgiu uma espécie de rede informal. Começamos a mapear em cima de quatro eixos: trabalho feminino, organização de trabalho, forma de organização e lutas e impactos da desindustrialização. Encontramos mais de 180 autores que tratavam disso. Delimitamos nossa ação às fábricas têxteis do Nordeste, por enquanto. A perspectiva principal é montar acervos bibliográficos e de fontes, para facilitar pesquisas nesse campo”.

O acadêmico Kaíque Fernandes, do 8º período de História, comentou sobre as atividades: “É muito importante para o corpo discente que está sendo introduzido na universidade, pois já entram em contato com História em si, como o trabalho de fotografia mostrado num dos minicursos. Há a disseminação de conteúdos pedagógicos, pois quem estuda história na UEMA serão futuros professores. Isso estimula a continuarem no curso. A cada ano o Seminário melhora”, elogiou.

IMG_2250O professor doutorando Tiago Barros Pereira (UFPA) foi o palestrante do assunto “A Alma Forte do Partido Republicano: a memória do maranhense Antônio Lemos no jogo político do Pará republicano (1889-1912)”. Segundo o professor, Antônio Lemos, nascido em São Luís, tinha ligações com a família Jansen. Elegeu-se deputado pelo Partido Liberal no Pará e depois integrou a diretoria do Partido Republicano Paraense. Com sua influência, articulou a vida política daquele estado.

O tema da mesa redonda “O Viver e o Trabalhar na cidade de São Luís na segunda metade do século XVII de acordo com os livros de Acórdãos”, foi mostrado pelo Prof. Dr.Carlos Alberto Ximendes (UEMA –São Luís). O professor Carlos explicou que os livros da Câmara de Vereadores (Acórdãos) continham regras que deviam ser cumpridas pelos moradores. Quem possuísse um terreno, por exemplo, tinha que ocupá-lo e mantê-lo. Para construir uma casa, era preciso te autorização da Câmara, caso contrário era destruída. Viver era estar sempre vigiado por ela.

Entre as oficinas ministradas podem ser citadas a de Quadrinhos, feita pelo artista plástico/desenhista Iramir Araújo, de São Luís e a de Inclusão, da Professora Esp. Brígida Lima Magalhães, de Caxias.

O Prof. Dr. Eloy Barbosa expôs a mesa redonda “Alegorias, Representações Sociais e Conflitos: a Câmara de São Luís e as Festas Públicas Religiosas do Maranhão Colonial”. Ele discorreu sobre a festa de Corpus Christi, considerada a principal. Segundo o pesquisador, ela representava o poder da Igreja e da Câmara. Ele analisou os símbolos, emblemas e alegorias da manifestação, informando que as pessoas eram obrigadas a assistir e ornamentar suas casas. Era uma festa fundamentada em costumes europeus.

A palestra de encerramento ”Fachada da Inserção – A Saga da Civilidade em São Luís do Maranhão” foi proferida pela Profa. Dra. Julia Constança Pereira Camêlo (UEMA- São Luís).  De acordo com ela, no início a ilha de São Luís era vista como Maranhão, tudo junto, não como uma ilha. Ela trabalha a ideia de que São Luís quis afirmar sua singularidade de civilizada colocando a questão dos poetas. Além disso, os espaços onde os escravos circulavam foram alterados e as pessoas, retiradas desses locais. A professora conclui que, para impor a civilidade, empurrou-se a barbárie para longe do centro da cidade.

Em seguida foram lançados os livros “História do Maranhão na Sala de Aula: Formação, Saberes e Sugestões”, de Júlia Constança e “O Mulato” e “Balaiada” de Iramir Araújo. Os presentes participaram de sorteios de outras publicações.

Por Emanuel Pereira



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