Equipe de psicólogos da UEMA visita o Campus Caxias


Por em 26 de junho de 2023



                 

A Direção do Campus Caxias, em parceria com o SOPP (Serviço de Orientação Psicológica e Psicopedagógica) da UEMA (um setor da PROGEP – Pró –Reitoria de Gestão de Pessoas) promoveram ações no Campus nos dias 20 e 21 de junho. Os psicólogos do SOPP ministraram a palestra “Identificando Processos Ansiogênicos Funcionais e Disfuncionais em Contextos Acadêmicos”, visando a autoestima e melhorias nas relações acadêmicas. O evento ocorreu no Auditório Leôncio Magno.

O grupo era formado por: Cláudio Guida de Sousa, psicólogo clínico e neuropsicólogo (chefe da Divisão Psicossocial da UEMA); Rosário de Maria do Carvalho Silveira (psicóloga clínica, especialista em Psicologia Hospitalar) e Márcio André Pereira de Sousa (psicólogo clínico, especialista em terapias contextuais, mestrando em Psicologia pela UFMA).

O Dr. Cláudio Guida se manifestou: “O SOPP realiza atividades para ajudar no processo de minimização de questões relacionadas à saúde mental, processos psicológicos, administrações emocionais dentro dos contextos universitários. Fazemos atendimentos psicoterapêuticos de modo presencial, em São Luís, e remotamente. Estamos hoje fazendo um atendimento itinerante pra melhorar o processo de comunicação interpessoal e intrapessoal”, destacou.

                             

Ele abordou a questão conceitual da ansiedade, dizendo que na Idade Média o grande paradigma era a religião; na Idade Moderna, eram a razão e a lógica e na Contemporânea eram as revoluções, a liberdade. “Todos nós, por natureza, somos ansiosos. Existem ambientes ansiogênicos que criam a ansiedade disfuncional. As pessoas precisam de processos de ansiedade. O medo, por exemplo, é importante. Ele nos ajuda a lidar com os fracassos”.

Rosário de Maria falou sobre o contexto universitário: “O que leva a comunidade acadêmica a sofrer com ansiedade? Os sintomas, muitas vezes, se confundem com os físicos. Uma das causas disso é quando o aluno vivencia um momento de mudança e adequação – a mudança de cidade, o tempo para se acostumar à nova realidade. Lidar com o novo, o desconhecido, ”exemplificou.

Ela prosseguiu, dizendo que quando alguém sai do meio em que cresceu, perde as referências. Na universidade ele vai se defrontar com novas questões que geram conflitos e aflição. Questiona-se sobre o curso, a escolha feita, percebe que terá que abrir mão de momentos com a família, do lazer e haverá uma pressão por bom desempenho. Na curso superior é preciso cumprir regimentos, apresentar trabalhos. Alguns fatores adversos que o aluno enfrenta são a baixa autoestima e a dificuldade de comunicação.

“Existem os fatores de proteção nesse processo: a autoestima positiva, desenvolver a capacidade de resolver problemas e lidar com adversidades. As circunstâncias sociais ajudam a desenvolver essas questões. O autoconhecimento faz com que identifiquemos esses sinais, nos questionemos sobre o que sentimos. Isso nos ajuda a falar e organizá-los”, detalhou.

O psicólogo Márcio André abordou as consequências da ansiedade funcional: “Uma pessoa isolada não desenvolve o autoconhecimento. Eu aprendo a me descrever com o outro. Muitos sofrem se engajando em ações disfuncionais, com tendências à desvalorização pessoal”.

Ele citou a questão da vulnerabilidade, questionando como seria o mundo se não sentíssemos o luto, que é algo que vem junto com a preocupação de cuidar. O relacionamento com o que nos incomoda causa vontade de fugir. Muitos sofrem porque evitam a experiência dolorosa. Emoções naturais são vistas como problemas.  Existe a cultura de que devemos estar sempre bem, mas a vida é feita de incômodos.

                             

Segundo ele: “Somos a sociedade da invalidação do sofrimento, que não aceita o sujeito vulnerável, e sim o que é ‘super’. A pessoa não pode ser fraca, imperfeita. Nós nos incomodamos com o vulnerável”, ressaltou.

Em seguida houve uma roda de conversa com os presentes, que fizeram perguntas e relataram experiências.

As atividades continuaram no dia 21. Os profissionais realizaram, pela manhã e tarde, escutas psicológicas com servidores, professores e alunos em salas reservadas. O objetivo foi saber quais as demandas e encaminhá-las para o atendimento (feito em 4 sessões de Psicoterapia Breve pela Abordagem Cognitiva Comportamental). A Psicologia propõe que o corpo acadêmico administre seus processos emocionais.

A equipe recomendou que, se a pessoa estiver sentindo tristeza, medo ou angústia durante mais de 2 duas semanas, procure ajuda psicológica. Para isso foi disponibilizado um endereço:    www.agendamento.uema.br

Por: Emanuel Pereira

 



Últimas Postagens